Mais de 300 casais recorrem a tratamento de fertilização em THE

Teresina, não está atrás de nenhuma outra cidade brasileira

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Com a vida moderna é cada vez maior o número de casais que adiam o sonho de terem filhos que estimulados. Com o passar da idade, há a maior dificuldade da mulher engravidar, o que tem estimulado a procura de casais por tratamentos de fertilização e inseminação. Anualmente em Teresina, cerca de 360 casais recorrem a esse tipo de tratamento como alternativa para transformarem em realidade o sonho de aumentar a família.

Segundo o especialista em reprodução humana, Anatole Borges, é crescente o número de pacientes que buscam técnicas de fertilização. “Há uma tendência de ter filhos mais tarde, e quanto maior a idade da mulher, maior a dificuldade de engravidar”, frisou.

Apesar da infertilidade geralmente estar associada à mulher, o médico explica que nos casos que chegam no consultório as proporções são iguais. “Em 30% dos casos, o problema está na mulher, 30% nos homens e 40% o problema está nos dois”, destacou. A maioria que procura essa técnica enfrenta dificuldade pra engravidar por causa da idade. Mas tem gente que, mesmo mais nova, não teve sucesso por outros motivos.

Entre outros problemas associados a infertilidade são comuns: a baixa produção ou má qualidade do esperma entre os homens, e nas mulheres, a endometriose.

Em termos de tecnologia, Teresina, não está atrás de nenhuma outra cidade brasileira. Todas as técnicas usadas fora do Estado, existem no Piauí.

Segundo Anatole Borges, a reprodução humana, apesar de ser uma ciência nova, avançou muito nos últimos 20 anos. As técnicas de tratamento no que diz respeito à coleta de óvulo, o aumento de chances do óvulo virar um embrião e a avaliação da qualidade desse embrião são as principais conquistas na medicina reprodutiva.

“A pesquisa genética aumenta as chances da fertilização dar certo, pois é selecionado o embrião mais saudável, além de detectar e eliminar possíveis doenças, como as relacionadas ao sexo, ou doenças cromossômicas, como a síndrome de Down. Em casos de mulheres com idade maior, as chances do bebê nascer com doenças genéticas cresce e com esse estudo podemos eliminar essas enfermidades e ter o nascimento de bebês mais saudáveis, além da chance de aborto cair para menos de 4%”, falou Anatole Borges.

Acompanhamento psicológico ajuda mulheres a optarem pelo parto normal

Apoiar mulheres emocionalmente durante as gestações e pós-partos é a função de psicólogas em algumas maternidades de Teresina. O pré-natal psicológico, que é responsável por preparar mulheres durante a escolha pelo parto normal com o apoio de profissionais da saúde como obstetras e pediatras, passou a ser um tratamento rotineiro visando trabalhar o medo, a insegurança e reduzir o número de cesarianas.

Atualmente, no Brasil, o percentual de partos cesáreos chega a 84% na saúde suplementar. Na rede pública este número é menor, de cerca de 40% dos partos. A cesariana, quando não tem indicação médica, ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis no Brasil estão relacionados a prematuridade.

O novo incentivo ao parto normal, o pré-natal psicológico, foi desenvolvido por uma maternidade particular de Teresina e tem como principal objetivo trabalhar os medos da grávida até a hora do parto. A psicóloga Adakaline Vieira, responsável por trabalhar com as gestantes, afirma que cerca de 50% dos casos que são acompanhados desde o início da gestação optam pelo parto normal.

“O psicológico da gestante deve ser trabalhado assim que descobrem a gravidez, porque antes de escolherem o parto muitas já preferem o parto cesáreo sem conhecer o normal. Elas já entram no consultório com conceitos formados, que vem de conselhos de amigas ou parentes próximos que no parto normal a mulher sente muita dor e uma série de sentimentos que muitas vezes não é o correto”, conta Adakaline.

Segundo a psicóloga, é necessário que a gestante também conheça os benefícios e converse com mães que já optaram pelo parto normal. “Quando apresentamos os riscos da cirurgia no parto cesáreo e a ótima recuperação da mulher no parto normal, já levam a buscarem conhecer melhor ou aceitarem o acompanhamento psicológico”, enfatiza Adakaline.

Para a administradora Angela Maria, o tratamento ajudou bastante na escolha. “Tinha muito medo, ficava muito ansiosa, o que me levava a criar situações que ao longo do tempo vi que não existiam. Busquei acompanhamento e quando fui entrar na sala de cirurgia estava tão tranquila que senti apenas as contrações, mas foi tudo bem tranquilo”, conta.

Entre as técnicas usadas pelos psicólogos para as gestantes optarem pelo parto normal está a criação de grupos de discussão com conversas interdisciplinares entre os demais profissionais da maternidade e apresentação de mães que optaram pelo parto normal.

Tecnologia é aliada da reprodução

A tecnologia também já consegue reverter situações que há pouco tempo eram consideradas definitivas, como a laqueadura ou vasectomia. “Hoje com a fertilização e a punção testicular é possível que mulheres que fizeram a ligadura de trompas e homens que passaram por vasectomia possam gerar filhos. A fecundação é feita no laboratório e, em seguida, implantada no útero da mulher. Então tudo isso é avanço da medicina! Com os novos formatos de família é comum que mulheres que já são mães, fizeram a laqueadura e estão em um segundo ou terceiro casamento, possam engravidar novamente”.

Em oito anos trabalhando com reprodução humana, Anatole Borges afirma que a procura pelas técnicas de fertilização cresceu muito no Estado. Ele avalia que vários fatores contribuem para esse aumento. “Além dos casais estarem adiando o nascimento de filhos, houve uma redução no custo dos tratamentos”.

O médico, que também é o representante da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana no Estado do Piauí, disse que já existe no Brasil um movimento dos planos de saúde para que no futuro eles atendam a demanda de clientes que procuram tratamentos de fertilização. “As agências de saúde estão tentando estabelecer um método para que, no futuro, eles cubram o tratamento de reprodução. É algo que está muito cedo, mas já há uma discussão, uma abertura para que isso aconteça, afinal, há uma demanda crescente”, finalizou Anatole Borges.



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