Vândalos atacam a Câmara Municipal de THE em protesto

As reivindicações são voltadas principalmente à Prefeitura Municipal de Teresina e os principais pontos da pauta são a redução das tarifas dos ônibus

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Na tarde desta segunda-feira (24), o DCE-UFPI (Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Piauí), gestão "Não Vou Me Adaptar", articulou uma manifestação na Avenida Frei Serafim, intitulada ?Teresina vai parar?.

As reivindicações são voltadas principalmente à Prefeitura Municipal de Teresina e os principais pontos da pauta são a redução das tarifas dos transportes coletivos para R$ 1,75; passe livre para estudantes e desempregados; integração em 100% da linhas de ônibus e aumento das frotas urbana e rural na Grande Teresina.

A passeata iniciou com poucas pessoas na Praça do Fripisa, onde os manifestantes estavam concentrados. De lá partiram para a Avenida Frei Serafim, onde se concentraram por alguns minutos. Ali o movimento se fragmentou. A manifestação que havia principiado com bandeiras de partidos, sindicatos e entidades foi interpelada pelos manifestantes contrários que se localizavam no canteiro central da Avenida Frei Serafim e se opunham à presença de partidos ou quaisquer outras bandeiras. Os ?com bandeira? seguiram para Prefeitura, os ?sem bandeira? rumo à Assembléia Legislativa.

A militante do PCO, Lourdes Melo, que nas manifestações anteriores teve sua bandeira destruída pelos ditos ?sem bandeira?, afirma que apesar das ameças do Estado, continua lutando pela causa e exercendo sua militância partidária. ?Ser contra os partidos é fascismo. Nós estamos em estado democrático de direito e não num regime de exceção. Vamos continuar com nossas bandeiras e vamos nos articular com outros movimentos para organizar uma unidade que garanta nosso direito de se manifestar?, declara.

Coadunando com essa postura a diretora de comunicação do DCE/UFPI, Mariana Duarte afirma que a manifestação de ontem era uma pauta específica que questiona o transporte público na capital. Ela ressalta que a presença dos movimentos sociais nas manifestações é importante, pois eles estão lutando por melhorias há muito tempo e portanto merecem o respeito de toda sociedade. ?As pessoas que acordaram agora não podem se sentir donas da manifestação, serão muito bem vindas, desde que reconheçam e respeitem a luta dos outros?, diz.

A professora de pós-graduação em Sociologia da UFPI, Valéria Silva, diz que não tem partido político e nem mesmo vota, mas apoia a presença de todos nas ruas. Para ela, o repúdio aos partidos, nasce de pessoas que não formularam ainda uma crítica sociopolítica bem estruturada. Essa aversão a política e poder estão relacionadas à crise vivenciada pelas instituições brasileiras atualmente: ?Vivemos uma crise nas instituições. Não se acredita não só nesses partidos que estão aqui, mas em nenhum?. Ela enfatiza o papel do DCE, que tem se mostrado atuante na organização do movimento. ?Hoje o DCE traz para a rua uma demanda de liberdade de expressão e de moralidade pública?, destaca.

Dentre aqueles contrários à presença de bandeiras, o assistente social Martinho Viana, que conclamou a ida dos ?sem bandeira? à Assembleia, argumenta que os partidos não têm interesse real em se manifestar, mas sim em se promover. ?Nosso movimento é apolítico, partidos não nos representam. Eles só querem fazer propaganda?, reclama.

A Polícia Militar acompanhava as manifestações e avalia que o grupo mais perigoso era o dos ?sem bandeira?. O grupo constantemente atirava bombinhas muito barulhentas na Avenida. Uma delas quase atingiu o fotógrafo do Jornal Meio Norte, Jonathan Dourado. O coronel Alberto, presente no local, afirma que a missão da polícia era apenas de isolar a área e combater possíveis agressões às pessoas e ao patrimônio. ?Não temos intenção de dissipar o movimento, só coibir os possíveis excessos?, adverte.

Para esta semana, existem mais manifestações programadas. O movimento sindical, por exemplo, articula para esta quinta-feira (27) mais um movimento pelas ruas da capital.

CÂMARA É ALVO DE VANDALISMO

Saldo da tentativa de invasão do prédio na Câmara de Teresina, por parte de um grupo de manifestantes, no início da noite de hoje:

1. Vidros do estacionamento externo quebrados.

2. Canos de água que ficam na parte de fora da sede do Legislativo municipal danificados.

3. Dois carros tiveram vidros quebrados e foram apedrejados; uma viatura do Ronda Cidadão e um veículo de apoio logístico da PM.

4. O tenente Pereira, da Polícia Militar, teve o nariz quebrado após uma pedrada no rosto durante a tentativa de invasão da Câmara. Ele foi encaminhado ao hospital com ferimentos graves.

A respeito do ataque à sede do Legislativo, o presidente da Câmara, Rodrigo Martins (PSB), se pronunciou por volta das 19h30:

?São protestos legítimos da sociedade que está insatisfeita com a atual

realidade do país e cobra, sobretudo, a classe política reformas urgentes e resolutividade dos problemas em diversos setores, como saúde,educação e segurança. O que ocorreu na frente da Câmara Municipal de Teresina foi provocado por uma minoria de manifestantes que agiu de forma excessiva e não representa quem protestava de forma pacífica na avenida Frei Serafim. Alguns estragos foram causados ao patrimônio público e policiais saíram feridos. Neste caso, a polícia, que já fazia um policiamento preventivo, reagiu para impedir a invasão da sede do poder legislativo?.

Crédito: Jonathan Dourado



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