Marielle: 117 fuzis apreendidos pertencem a policial acusado do crime

A defesa de Lessa disse que ele não tem ligação nenhuma com as peças de fuzis

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| Márcio Mercante-Estadão Conteúdo

A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou acreditar que o policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ser um dos autores do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), seja o dono de peças de armas que poderiam ser usadas na montagem de 117 fuzis encontradas ontem em uma casa do Méier, na zona norte carioca.

A defesa de Lessa disse que ele não tem ligação nenhuma com as peças de fuzis. Lessa e o ex-PM Élcio Queirós foram indiciados por posse ilegal de armas. Com Queirós, foram encontradas ainda duas pistolas de uso restrito que estavam em situação ilegal. O advogado de Queirós disse que apenas uma arma foi encontrada com ele.

Segundo a Polícia Civil fluminense, a apreensão feita no endereço de Alexandre Motta Souza, pessoa próxima de Ronnie, é recorde na história do estado. Em 2017, 60 fuzis foram apreendidos no aeroporto do Galeão -- maior quantidade registrada até então.

Na apreensão de ontem, além dos fuzis desmontados, guardados em caixas e sem os canos, foram encontradas 500 munições e três silenciadores.

"Ele é amigo do Lessa há anos e apenas lhe fez o favor de armazenar essa encomenda em seu apartamento. Ele não sabia do que se tratava. E foi uma surpresa para ele ver o que se encontrava dentro das caixas. Ele não tem nada a ver com esse episódio lamentável envolvendo a vereadora", afirmou Leonardo da Luz, advogado de Souza.

A apreensão fez parte da Operação Lume, que cumpriu os dois mandados de prisão e mais de 30 de busca e apreensão, resultado das investigações que apuram a morte da vereadora e do motorista.

O advogado Leonardo da Luz também disse que seu cliente confiava em Lessa. "O Alexandre cuida do irmão dele [Lessa]. No caso, Alexandre tem a guarda do irmão dele, que tem uma deficiência mental infantil. Inclusive é pensionista do Estado", acrescentou.

Como a prisão foi em flagrante, Souza seria ouvido em 24 horas em uma audiência de custódia para o juiz avaliar a necessidade de mantê-lo detido. A defesa quer a liberdade dele e alega que Souza não tem antecedentes criminais, tem residência fixa e está trabalhando.

Márcio Mercante-Estadão Conteúdo



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