Moradores estão “ilhados” na Avenida Miguel Rosa, zona Sul de Teresina

Antes tomada por residências, hoje, a Avenida Miguel Rosa dá lugar a um forte comércio, mas há quem tenha apego ao lugar que escolheram para viver durante tanto tempo

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Em meio ao tumulto e à rotatividade cotidiana da Avenida Miguel Rosa, zona Sul de Teresina, alguns poucos moradores permanecem colorindo com suas residências o cinza das autopeças e oficinas presentes na região.
Embora os terrenos das casas sejam muito valorizados em razão da área comercial, quem mora na avenida não quer sair de lá por cifra nenhuma. Isso porque apesar da intensa movimentação, as pessoas têm apego ao lugar que escolheram para viver durante tanto tempo.

A dona Adalgisa Vieira Barbosa, ou dona Dalva, como ela prefere ser chamada, tem 87 anos, mora na Avenida Miguel Rosa desde a década de 40 e tem muita história para contar. Para ela, naquele tempo era bem mais tranquilo e seguro, mas o progresso também trouxe coisas bastante positivas, como a pavimentação da avenida e um acesso mais fácil a bens e serviços. Natural de Beneditinos - Piauí -, ela veio para Teresina ainda jovem para tentar a sorte na cidade grande: “Aqui era uma coisa muito atrasada, nós fomos muito beneficiados. Antigamente não tinha essa avenida, era uma ruazinha estreita de areia, nem calçamento tinha. Chamavam de estrada do gado”, relata a moradora.

Para dona Dalva, ainda que a movimentação do comércio incomode em razão do barulho, ela não sai de sua pequena residência ladeada por pontos comerciais. “Eu não me incomodo mais porque meu quarto fica lá atrás, mas garanto que não saio daqui de jeito nenhum. E esse negócio de insegurança não é só aqui, é em todo lugar. Graças a Deus nunca aconteceu nada”, diz, pensativa.

As histórias de dona Dalva remontam ao tempo que as casas da Avenida Miguel Rosa eram de palha e adobe. “Com o passar dos anos as coisas foram melhorando. As casas das pessoas eram simples, de palha e de adobe, então foram construindo casas de tijolo. A minha casa era de adobe e coberta de palha, e foi construída pelo meu primo.

Antes, aqui não tinha negócio de comércio, todo mundo se conhecia e não tinha violência. As pessoas podiam ficar nas portas das casas”, afirma a senhora.

O terreno onde dona Dalva mora já foi bastante procurado por pessoas do entorno, que desejam tornar a residência em ponto comercial. Mas ela garante que enquanto estiver viva, a casa vai ser dela, e que não adianta tentar fechar negócio: “Muita gente já veio aqui querendo comprar minha casa, mas não vendo, porque tem quem herde”, conclui.

Morador reclama que retorno causa acidentes em frente a sua casa

Já o Sr. Lourival de Araújo Veloso, de 63 anos, também é um morador antigo da Avenida Miguel Rosa. Ele mora na região desde que nasceu, e diz sentir falta da calmaria dos tempos em que o comércio não havia tomado a região:
“Quando cheguei aqui não tinha nada, era um aterro aqui onde passava o trem.

Os comércios foram começando aos poucos, quando demos conta quase não tinha mais residência. Essa avenida ficou muito perigosa”, explica.
Mas o que mais o incomoda são dois fatores que ficam bem em frente onde mora: um retorno, que ele afirma já ter causado muitos acidentes, e uma parada de ônibus.

“Ontem mesmo cinco carros bateram aí no retorno. Já deveriam ter fechado há muito tempo. E a parada de ônibus fica aqui na frente, aumentando ainda mais o risco de acidentes”, relata o morador.

Violência e estacionamento indevido incomodam moradores

Não tão antiga como a dona Dalva e o seu Lourival, quem também mora na Avenida Miguel Rosa é Marize Silva Lima, de 39 anos, que há duas décadas reside no local. “Eu adoro morar aqui, não me incomodo com a movimentação dos comércios, já me acostumei. O que está péssimo mesmo é a violência por cima de violência. Já presenciei muitos assaltos. Esse sábado mesmo teve um”, avalia.

Mas o que mais incomoda a moradora é a questão dos carros que estacionam em frente ao portão de sua casa.

Como ela mora bem próxima a um centro comercial, as pessoas acabam colocando os carros em sua calçada: “A gente falta abrir o portão pros carros entrarem logo, porque sempre estacionam aqui na frente, e isso incomoda bastante”, reclama a moradora.

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