Nova cerca minimiza prejuízos na horta comunitária do Grande Dirceu

Os animais, principalmente bois e vacas, pastavam dentro das hortas

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Os horticultores da maior horta comunitária da América Latina, localizada na região do Grande Dirceu, na zona Sudeste de Teresina, estão satisfeitos e mais confiantes com o projeto, depois de atendidas algumas reivindicações, pela Prefeitura Municipal de Teresina (PMT). Está em fase de conclusão a construção da cerca da horta; a antiga era praticamente improvisada, com pedaços de pau e de arame.

Os animais, principalmente bois e vacas, pastavam dentro das hortas, causando grandes prejuízos aos horticultores, além de vândalos, que se aproveitam da escuridão, durante a noite, para praticar furtos de hortaliças. O horticultor Expedito Rodrigues de Sousa, de 67 anos, trabalha há 11 anos em uma área da horta e têm 30 canteiros com plantações de cheiro verde, coentro, cidreira, babosa e mastruz.

Ele se diz otimista com a colheita deste ano, que depois da cerca, promete ser maior do que dos anos anteriores.

Segundo ele, existe ainda a promessa de mais benefícios para os horticultores, no próximo mês, quando a PMT irá fazer a instalação de energia elétrica em toda a horta comunitária e, ainda, a irrigação para os canteiros. Hoje, os horticultores dispõem de tanques de água, espalhados estrategicamente para beneficiar a todos, mas ainda de difícil acesso para os horticultores de canteiros, mais longe dos tanques.

“A gente passa o dia todo carregando água dos tanques para aguar os canteiros. A maioria que trabalha aqui é de pessoas mais velhas. Com a irrigação, nossa situação vai melhorar, e muito”, observa Expedito Rodrigues, que é aposentado, mas diz que não quer ficar parado. “Eu amo trabalhar, aqui só trabalha quem tem coragem, porque o trabalho é pesado. Os jovens não querem mais fazer esse tipo de trabalho. Depois que fizeram essa cerca, melhorou muito, para nós, porque agora os animais não invadem as plantações. Já tive vários prejuízos, por conta disso.

Agora, a gente espera que vá diminuir, porque ainda tem os desocupados que entram, para furtar as hortaliças”, comenta.

O horticultor conta que o que ganha com a comercialização das hortaliças não é muito, mas dá para ajudar e aumentar a renda de sua família. Ele passa praticamente o dia todo cuidando de suas plantações. As dificuldades, diz ele, ainda são com a aquisição de sementes, que são compradas em estabelecimentos comerciais, na própria região e com o adubo de bode, que é comprado em carradas, no município de Campo Maior. Cada carrada de adubo custa cerca de R$ 700. Devido aos custos, os horticultores costumam se juntar em grupos para comprar a carrada e dividir o material de maneira igualitária.

Horta tem local de produção de plantas ornamentais e medicinais

Tem um cantinho das hortas comunitárias, nas proximidades do balão que divide os Bairros Dirceu I e Dirceu II, que algumas pessoas ainda desconhecem. No local são cultivadas plantas ornamentais e medicinais, pelas mãos do morador do lugar, Francisco Gomes da Silva, mais conhecido por Chagas, ele que é também horticultor.

As plantas ornamentais são: palmeirinhas, roseiras, cactos, entre outras. Já para o tratamento de algumas enfermidades, podem ser encontradas no local, malva do reino, mastruz, vick, agrião, coquinho, entre outros. Os preços das plantas para decoração variam de acordo com o tamanho da muda e da espécie, que vai de R$ 1 até R$ 100. O preço das plantas medicinais são encontradas a partir de R$ 1, o molho (uma pequena quantidade), e R$ 2, a muda.

Chagas diz que tem prazer em cuidar do cantinho e passa o dia inteiro adubando, podando e organizando a plantação, além de aproveitar para vender laranja, na calçada, também como outra maneira de melhorar a renda familiar. “Gosto do que faço. Em época de datas comemorativas dá até para tirar um dinheirinho melhor, como no Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia da Mulher, Dia de Finados”, pontua.

Horticultores querem segurança no local

O que ainda atormenta os horticultores são os constantes furtos existentes nas hortas comunitárias. “Aqui, as pessoas trabalham 25 dias em um canteiro, para ser furtado em um só dia, pelos desocupados. A gente gostaria de um dia ter uma segurança, para as hortas comunitárias. Mesmo com boa parte da cerca pronta, ainda estão acontecendo muitos furtos de plantas. O que melhorou foi por conta dos animais, que não entram mais. Eu mesmo já tive muitos prejuízos com hortaliças. Estou esperando terminarem de fazer a cerca, para que eu possa voltar a plantar também hortaliças”, relata Chagas.

O horticultor diz que paga um guarda noturno para vigiar seu cantinho de plantações. Ele conta que já chegou a encontrar muito sangue no chão de suas plantações. Segundo ele, com certeza teve ocorrência de brigas e alguém saiu ferido de dentro do local das plantações, durante a noite.

“Eu mesmo comprei um poste de cimento e puxei um ponto de luz, para quando eu precisar ficar trabalhando até o início da noite. Aqui, à noite, é muito escuro e perigoso”, finaliza.



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