Pesquisas revelam hábitos sobre a saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes

A responsabilidade de gerar e criar um filho diminui as perspectivas de um futuro promissor, especialmente quando não há respaldo familiar

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O Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência (26 de setembro) relembra a importância de conscientizar os jovens sobre a saúde sexual e reprodutiva, além de debater as diferentes opções de métodos contraceptivos. A adolescência compreende o período de 10 a 19 anos de idade, sendo marcada pela transição da fase infantil para a adulta. Neste contexto, a Organização Mundial da Saúde estima que, anualmente, cerca de 15 milhões de adolescentes ficam grávidas, o que torna a gravidez precoce um fenômeno com parâmetros mundial.

A responsabilidade de gerar e criar um filho diminui as perspectivas de um futuro promissor, especialmente quando não há respaldo familiar. O início precoce da relação sexual também aumenta a possibilidade de gravidez não planejada ou os riscos de contágio de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Uma pesquisa coordenada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) em parceria com a Bayer Schering Pharma, com 1.889 mulheres, aponta que 33% tiveram sua primeira relação sexual antes dos 16 anos, sendo que 28% das entrevistadas já fizeram sexo casual, com relação íntima no primeiro encontro. Os dados sobre uso de métodos contraceptivos revelam ainda um índice alarmante: 67% das mulheres não pedem para o parceiro usar preservativos em todas as relações sexuais, demonstrando a fragilidade na preocupação com o contágio de DSTs.

A pesquisa ?Qualidade de vida entre adolescentes mães e não mães?, um levantamento com 116 adolescentes do sexo feminino do setor de Planejamento Familiar da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - com 40 mães e 76 não mães - aponta que apesar de ambos os grupos terem a mesma escolaridade (9,3 anos de estudo), apenas 30% das mães adolescentes frequentavam a escola com regularidade, sendo que 57,5% interromperam os estudos ao se tornarem mães e somente 27,5% destas retornaram a escola. O estudo revela ainda que 36,7% das mães não trabalham para cuidar dos filhos e 67,5% destas tem renda familiar inferior a três e meio salários mínimos.

?A jovem que engravida, especialmente quando há baixo nível socioeconômico, é direcionada para a responsabilidade da criação do filho e do encargo doméstico o que a faz interromper os estudos. Consequentemente, isto a afasta do mercado de trabalho e perpetua a sua dependência financeira?, afirma a Dra. Cristina Guazzelli professora adjunta do Departamento de Obstetrícia da UNIFESP.



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