Petrobras: Novo presidente toma posse e critica os monopólios

Ele defendeu uma menor intromissão do Estado na economia

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Tomou posse nesta quinta-feira (3), em cerimônia no Rio de Janeiro, o novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

Castello Branco, que recebeu o crachá de presidente da Petrobras das mãos da presidente interina, Solange Guedes, criticou a existência de monopólios, e defendeu uma menor intromissão do Estado na economia.

"Através de privilégios e monopólios se transferiu renda do povo brasileiro para pequenos grupos de interesse. Privilégios e monopólios são inadmissíveis numa sociedade livre. Monopólios restringem a liberdade de escolha e impõem aos cidadãos tributação predatória e sem aprovação do parlamento", afirmou.

Segundo ele, a presença forte do estado na economia é responsável pela pobreza do país. "Quanto maior a intromissão do estado na economia, mais restrita é a liberdade, menor é o crescimento e maiores as oportunidades para distribuição de favores. É a construção de uma fábrica de pobres", disse.

Castello Branco enfatizou seu alinhamento com o pensamento liberal de Paulo Guedes e brincou se dizendo integrante do ”Chicago’s Oldies”. Ele afirmou que a eleição de Bolsonaro é “um marco histórico e oportunidade única” para mudar os rumos da economia brasileira. Segundo ele, “o populismo asfixiou” o crescimento do país”.

"É um marco histórico e oportunidade única para colocarmos o Brasil no caminho da prosperidade. O populismo asfixiou o empreendedorismo e a renovação. Os investimentos e a produtividade foram reprimidos. Os gastos públicos se tornaram abundantes, como falou ontem o ministro Paulo Guedes. O crescimento econômico foi substituído pelo redistributivismo perverso", disse o novo presidente da estatal.

Castello Branco foi indicado para a presidência da estatal pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de quem é próximo. Economista, ele fez parte da equipe de transição do governo Bolsonaro.

Privatização

Em entrevista após a cerimônia de posse, Castello Branco se esquivou de responder perguntas sobre privatizações de ativos da Petrobras, mas adiantou que há estudos a respeito.

“Não posso adiantar nada, até porque a Petrobras é uma companhia de capital aberto e seria leviano da minha parte falar qualquer coisa sem estar respaldado. Vamos analisar os ativos para então fazer o que está consistente com o desenvolvimento da empresa”, disse.

O novo presidente da estatal também não quis comentar sobre a equipe diretora que irá escolher para gerir a Petrobras. Nem mesmo o perfil que pretende emplacar na diretoria. Enfatizou querer fazer da companhia “uma campeã” e reiterou ser amante da competição, e não do isolamento no mercado.

Política de preços

Castello Branco afirmou que a atual política de preços da Petrobras será mantida. “A Petrobras seguirá preço de paridade internacional, sem subsídios e sem exploração de poder de monopólio. Nós somos amantes da competição e detestamos a solidão dos mercados, teremos companhias, queremos competir", afirmou.

Ele disse ainda que sua gestão à frente da companhia terá cinco prioridades: gestão do portfólio, minimização dos custos de capital, busca por redução de custos, meritocracia e segurança do trabalho e meio ambiente.

'Nova fase'

Em discurso durante a cerimônia, o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque Júnior, afirmou que o governo irá direcionar suas ações para uma nova fase da nossa indústria de óleo e gás. Ele garantiu que a política de preços da Petrobras não sofrerá interferência da equipe econômica, mas defendeu que mudanças devam ser empregadas na companhia.

“Precisamos romper com paradigmas antiquados e proporcionar um novo tempo para o Brasil. Neste sentido, revitalizar setores estratégicos da economia torna-se um grande passo para edificar um futuro promissor”.

Albuquerque adiantou que “medidas estão sendo estudadas para permitir a entrada de novos agentes no mercado de combustíveis e derivados”

"Falamos em crise, falamos em arrumação da casa, mas agora falamos firme em superação da crise e de novos tempos para esse virtuoso setor”, disse o ministro antes de apresentar o currículo do novo presidente da Petrobras.

Também presente, Décio Oddone, diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), comemorou a retomada do crescimento da companhia nas últimas gestões da companhia. “Voltamos a ter orgulho da Petrobras”, afirmou.

Oddone defendeu a política adotada pela companhia nos últimos anos, como privilegiar os investimentos na exploração no pré-sal e a estabelecer uma política de preços com paridade internacional.

“Temos pela frente um desafio de busca pela transparência e pela competitividade”, enfatizou.

Mais refino no Rio

Durante a cerimônia, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, defendeu que o estado consiga ampliar o refino do petróleo explorado pela Petrobras. Segundo ele, o assunto já tem sido discutido com a ANP.

"Temos espaço, temos condições e isso traria bilhões de reais em ICMS para o estado”, disse.

Participaram da solenidade de posse a presidente interina e diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Décio Oddone, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o ministro da Economia Paulo Guedes, e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES