PMs suspeitos de roubar dinheiro de assalto a banco são soltos

O crime aconteceu em dezembro de 2017 na agência da Av. João XXIII

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Os dois policiais suspeitos de peculato, após sumiço do dinheiro apreendido na tentativa de roubo ao Banco do Nordeste, foram postos em liberdade na noite de terça-feira (17), após decisão ao final da audiência de instrução no Quartel Central Geral da Polícia Militar. O crime aconteceu no dia 19 de dezembro de 2017 na agência localizada no bairro São Cristóvão, zona Leste de Teresina.

O promotor Assuero Stevenson confirmou que concordou com o pedido de soltura feito pela defesa dos policiais porque a prisão dos dois era uma conveniência para a instrução criminal. “Essa soltura não se confunde com inocência. Como todos os envolvidos no caso foram ouvidos, faltando apenas uma testemunha de defesa, não havia necessidade de permanecerem presos”, destacou o promotor.

Os dois policiais militares foram presos no dia seguinte ao caso e levados para o Presídio Militar na condição de presos preventivos para não atrapalhar o andamento do Inquérito Policial Militar. Um vídeo gravado por uma câmera de segurança do banco registrou os dois policiais saindo do local carregando o dinheiro. O comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar foi afastado do cargo.

Os policiais militares Wanderlei Rodrigues e Erasmo Furtado são suspeitos de terem desviado cerca de R$ 300 mil do total apreendido após uma quadrilha tentar assaltar o Banco do Nordeste no dia 19 de dezembro de 2017.

Para o promotor Assuero Stevenson, pesa contra os policiais o fato de terem levado o dinheiro até a sede do 5º Batalhão de Polícia Militar por um caminho longo. Outro momento suspeito é quando o valor foi levado do 5º BPM para a sede do Greco (Grupo de Repressão ao Crime Organizado). "No caminho eles foram num carro separado e se perderam do comboio, só chegando 20 minutos depois na Greco", comentou o promotor.

Assuero lembra ainda que há a possibilidade de envolvimento de outras pessoas, mas que isso não ficou claro mesmo após todos os envolvidos serem ouvidos. “Na hora que surgir algum indício de uma ordem de oficial a eles, será feita a denúncia. Mas isso ainda não exclui a culpa deles”, disse o promotor.

O advogado Walter Meneses, membro da defesa dos dois policiais, disse que os réus agiram de acordo com a rotina. “Já é de praxe o policial, seja militar ou civil, conduzir os materiais até o batalhão para fazer a mídia do batalhão, mostrar para a imprensa, conceder entrevista...”, contou.

O advogado afirmou estar confiante de que os suspeitos serão absolvidos durante o julgamento. “A denúncia foi produzida num inquérito muito temerário, em que foram deixadas de produzir provas que seriam benéficas para eles”, disse o advogado.

O paradeiro do dinheiro que sumiu durante a operação policial, cerca de R$ 300 mil em espécie, ainda é desconhecido. “Isso é o que mais nos envergonha”, comentou o promotor Assuero Stevenson.

O advogado dos dois policiais, Walter Meneses, questionou inclusive se o dinheiro de fato existe. “O banco mostra recibos, mas para a defesa não há materialidade desse dinheiro. Se os policiais são suspeitos, então todos são suspeitos”, disse o advogado.



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