PMs suspeitos de integrar milícia usavam mascara do Hulk

Militares são suspeitos de ameaçar população em Nova Iguaçu

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Investigação da Corredoria da Polícia Militar revelou que policiais militares suspeitos de integrar uma milícia que agia em Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense, usavam fardas do Batalhão de Operações Especiais da PM, o Bope, e máscaras do personagem de histórias em quadrinhos Hulk para ameaçar moradores e comerciantes.

Há pouco mais de três meses, uma operação da Corregedoria e do Ministério Público do RJ esteve em 14 endereços ligados a dez PMs suspeitos de integrar o grupo criminoso.

Numa 2ª ação, no dia 18 de outubro, oito deles foram presos. Outros cinco mandados foram expedidos pela Justiça contra três civis e um ex-PM.

Nos endereços percorridos durante a 1ª fase da operação, batizada de "Liquefeito", os agentes da Corregedoria apreenderam evidências de ligação dos PMs à quadrilha conhecida como "Milícia de Austin", bairro de Nova Iguaçu.

Entre os bens apreendidos, carros e motos considerados de luxo, itens que segundo relatório produzido pela equipe que investigou o caso eram incompatíveis com os vencimentos dos PMs. Celulares, dinheiro e computadores também foram confiscados.

Consta em relatório da Corregedoria que um dos policiais suspeitos de integrar a milícia, o soldado Leonardo Domingues do Nascimento, até então lotado na 4ª Unidade de Polícia Pacificadora, recebia como militar salário de R$ 2,9 mil por mês.

No endereço do PM, em agosto, os agentes apreenderam um Toyota Corolla avaliado em R$ 57 mil. A princípio, o policial negou ser dono do veículo, mas depois disse que havia comprado o carro por R$ 15 mil de um conhecido. O policial não revelou, no entanto, quem era o vendedor. O G1 não conseguiu entrar em contato com a defesa do praça.

Ao revistarem o carro do policial, os agentes da Corregedoria encontraram algo sinalizado no documento como "fato curioso": luvas e uma máscara do personagem de histórias em quadrinhos Hulk, além de fardas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), o esquadrão de elite da PM.

É ressaltado no documento que o soldado Leonardo "nunca pertenceu e nem pertence ao efetivo do Bope".

Encontrar os trajes militares e a máscara reforçou denúncias recebidas pela Corregedoria, antes mesmo das apreensões serem feitas, de que milicianos se fantasiavam para assustar moradores e comerciantes. O órgão também apurou que o bando costumava rodar em carros clonados ou roubados.

Alinhamento com o tráfico

Testemunhas ouvidas pela Corregedoria da PM garantiram que a milícia em Austin recebia o suporte de traficantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP) para manter o domínio no bairro. O objetivo do alinhamento era evitar investidas do Comando Vermelho, quadrilha rival.

Conforme os relatos, os criminosos teriam uma pessoa de confirnaça para fazer a ponte entre a facção e o grupo miliciano. O apelido desse contato era "Cara de Trem", segundo a declaração.

Já o soldado Leonardo Domingues, indicado como dono do carro onde estavam a máscara do Hulk e trajes do Bope, seria também conhecido como "Léo Portuga", e apontado por uma das testemunhas como segurança da milícia de Austin.

Outro PM, um cabo, até então lotado no 27º BPM (Santa Cruz), é indicado pelas testemunhas como "frente da milícia" em Queimados, município vizinho, e teria contato direto com o TCP. O policial seria conhecido como Babu.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES