Cabo da PM é preso ao se passar por delegado e sugar comerciante

Grupo pediu R$ 5 mil para que “Bolão do Funk” não fosse preso. Vítima acionou Corregedoria e dois suspeitos foram detidos em Santos.

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Willian Darc Alves, de 40 anos, conhecido como ‘Bolão do Funk’ | Rodrigo Martins/G1
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Um comerciante foi alvo de extorsão em uma ação que culminou com a prisão de dois homens na noite de sexta-feira (23) em Santos, no litoral de São Paulo. Fingindo ser policiais, os suspeitos, acompanhados de, pelo menos, mais dois criminosos, invadiram a casa de Willian Darc Alves, de 40 anos, conhecido como ?Bolão do Funk?, com um mandado de prisão, pedindo R$ 5 mil em troca de um acordo para que ele não fosse preso. Um deles, que é cabo da Polícia Militar, se passou pelo delegado Marcelo Gonçalves, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e do Grupo de Operações Especiais (GOE).

Maurício Almeida de Albuquerque, de 34 anos, e Jeferson Teixeira da Silva, de 25, foram detidos após Willian, orientado pelo seu advogado, levar o caso para a Corregedoria da Polícia Civil. Os outros envolvidos no crime ainda não foram localizados.

Willian já foi dono de uma casa de funk na região e alvo de processo jurídico, mas foi absolvido. Ele também foi preso por associação ao tráfico e tráfico de drogas. Segundo a vítima, na quinta-feira (22), os criminosos pegaram uma série de itens de sua casa, no bairro Mirim, em Praia Grande, como garantia de que receberiam o dinheiro.

Foram levadas joias, um tablet, um notebook, um carro, além da aparelhagem utilizada na central de monitoramento da residência. Na tarde de sexta-feira, o grupo entrou em contato com o comerciante, marcando um encontro para o recebimento do dinheiro, à noite.

"Na quinta-feira eu estava com um amigo, levantando a documentação de um apartamento. Quando ele ia embora, nós fomos abordados por pessoas que saíram de um carro falando que eram da polícia. Um deles estava à paisana e o outro com uma farda da Polícia Civil e um de terno. Ele se apresentou como sendo o delegado Marcelo Gonçalves. Eles me colocaram algemas e mostraram um mandado. Tentaram me extorquir, pedindo dinheiro para que eu fosse liberado. Como não estou devendo nada, avisei o meu advogado, que meu orientou a seguir esse procedimento. Depois, eles fizeram ligações e marcamos na Ponta da Praia, para eles supostamente receberem a quantia. Infelizmente, a gente não sabe mais o que pode acontecer. Agora o caso está nas mãos da Justiça", relata Willian.

O delegado Marcelo Gonçalves afirma estar surpreso com a notícia de que tentaram envolver o seu nome na farsa. "Eu estava trabalhando no momento e, é claro, recebi com surpresa essa notícia. Nós ficamos tristes pelo fato em si e, mais ainda, por ver que se tratava de um policial militar. Para a nossa surpresa, ele usou o meu nome, forjando um mandado de prisão e exigindo valores para que a vítima não fosse detida. É uma situação desagradável, porém, a Corregedoria agiu rápido. Agora, os responsáveis vão responder por esse crime?, diz Marcelo.

Os dois suspeitos detidos serão autuados por extorsão e formação de quadrilha. Jeferson, que já tem passagem policial por ligação com um grupo de extermínio, ainda irá responder por porte ilegal de arma. Maurício será encaminhado para uma cela especial no Presídio Romão Gomes, na capital paulista, enquanto o seu comparsa irá ficar na carceragem anexa ao 5º Distrito Policial (DP) de Santos. A polícia ainda investigará os outros envolvidos no crime.



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