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Políticos e traficantes são banidos por mulheres em cidade mexicana

Mulheres de Cherán expulsam bandidos e políticos no México

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A situação do crime organizado no México é tão grave e disseminada que é difícil encontrar qualquer esfera – econômica, social, cultural ou política – que não seja afetada pelas ações e decisões da máfia por todo o país. A única exceção é uma pequena cidade chamada Cherán, no estado de Michoacán. Lá, as mulheres literalmente tomaram o poder, e expulsaram o crime organizado, principalmente em sua relação com os madeireiros que exploravam a floresta local. Junto com os bandidos, elas também expulsaram a polícia e os políticos.

E agora quem manda na cidade são elas mesmas – essas mulheres revolucionárias. A coisa se deu de fato como uma grande conspiração, para proteger as florestas e, com isso, os trabalhos nas fazendas e, ao mesmo tempo, livrar a cidade do crime instaurado como uma infestação. Corria o ano de 2011, e primeiro elas tentaram o diálogo, mas não houve sucesso. Era então hora da ação.

As mulheres de Cherán sequestraram alguns madeireiros usando pedras e fogos de artifício e, com a ajuda da população, os mantiveram como reféns. A polícia, assim como alguns homens armados, vieram para tentar contornar a situação, mas já não era possível. Sem maiores usos da violência, a maioria popular se impôs, e eles simplesmente foram expulsos, assim como os partidos políticos. Hoje a cidade, de população indígena da tribo Purepecha, é dividida em quatro bairros, cada um com um representante municipal eleito.

Passados cinco anos, as rondas – armadas – se mantém como uma espécie de polícia local, para garantir a autonomia da cidade. Ainda que algumas infrações sejam julgadas, com penas que variam de multas a trabalhos comunitários, no ano passado, nenhum só assassinato, sequestro ou desaparecimento foi notificado em Cherán. Vale mencionar que o estado de Michoacán é um dos mais violentos de todo México.

Sua autonomia foi reconhecida pelo governo federal, e o banimento dos partidos foi aceito pela justiça. Não há propriedade privada, os terrenos são comunitários, e as regras e leis são seguidas e impostas com especial rigor. Para derrubar uma árvore sequer é preciso permissão, caso contrário a punição será severa.

Quando perguntada como Cherán pode ser uma ilha de esperança, paz e segurança em uma região tão conturbada e cruel, algumas moradoras locais respondem em uma concordância incontestável: pela solidariedade.



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