Exército indiano é processado por usar homem como escudo humano

Vídeo viralizou nas redes e expôs abuso de soldados na India

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A polícia indiana abriu uma queixa criminal contra soldados do Exército que amarraram um homem no capô de um jipe militar e rodaram com ele pela região da Caxemira. O objetivo, segundo relatos, era usá-lo como escudo humano face às pedradas de manifestantes da causa separatista.

Um vídeo publicado na última quinta-feira despertou ultraje nas redes sociais, evidenciou, na visão de muitos, abusos das forças de segurança do governo central na insurgência que se estende há 27 anos. O inspetor-geral da polícia da Caxemira, Ghulam Hassan Bhat, confirmou que as autoridades vão processar as Forças Armadas pelo abuso.

O homem amarrado ao capô foi identificado como Farooq Ahmad Dar, um tecelão que caminhava até um funeral de parente quando foi abordado pelos soldados. Ele contou à mídia local que rodou atado à dianteira do veículo por nove vilas da região. "Olhem para o destino da pedra", diz pelo megafone um militar, em referência a um papel no peito da vítima em que se lia seu nome.

"Quando me viam, ficavam com medo e com raiva. Vi pessoas chorarem ao observar o meu estado", relatou à mídia local o jovem Dar, 27 anos, que se disse traumatizado com o ocorrido, principalmente porque nunca atuou na causa separatista.

O tecelão nem aderiu ao boicote das últimas eleições, proposta por líderes separatistas. "Eu votei, e olha o que recebei de retorno". Depois do trauma, ele garante que não vai mais apoiar o poder central, e sim, "dar ao povo da Caxemira mais uma razão para odiar a Índia".

"Minha família quer que eu procure um médico, mas temo sair de casa. Quando é noite, vejo os soldados na minha cabeça vindo para me pegar de novo", descreveu o jovem.

O caso teria ocorrido em 9 de abril, em Beerwah, e pode resultar em processos por sequestro e perigo de vida. O Exército indiano também prometeu abrir sindicância interna para apurar o abuso. "Ninguém vai tolerar o incidente", garantiu o porta-voz dos militares, Coronel Rajesh Kalia.

Ex-ministro-chefe da Caxemira, o político Omar Abudullah considerou o fato "chocante" e bradou pela urgência de um inquérito contra os soldados.



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