Mesmo após atingir pico em 2023, venda de carros elétricos estagna nos EUA

Neste ano a venda de veículos elétricos atingiu um pico nos EUA, entretanto o impacto deste novo patamar comercial está sendo sentido em todo o setor. À medida que as montadoras investem milhões em tecnologia, os clientes do país hesitam em mudar dos modelos tradicionais com motor a gasolina.

A venda de carros elétricos teve um rápido aumento durante os primeiros 11 meses de 2023. O ritmo foi mais rápido do que todo o mercado automobilístico no mesmo período. Entretanto, foi lento em comparação com anos anteriores. Executivos apostam que as vendas devem acelerar com a chegada de modelos como o valor mais acessível.

A busca fez com que os fabricantes de carros elétricos aumentassem a produção, porém a partir do segundo semestre a venda desses modelos começou a estagnar. Segundo executivos da área, o preço dos veículos foi o fator para que ocorresse a queda, o que vem causando o acúmulo de carros elétricos nas concessionárias.

Um dos principais desafios para as montadoras é que a demanda por carros de modelo elétrico não é constante em todo o país. De acordo com dados da S&P Global Mobility, as vendas se concentram no estado da Califórnia, em contrapartida, estados como Michigan a porcentagem de vendas chega apenas a  3%.

A maioria dos compradores se situa principalmente em áreas urbanas, onde é mais fácil encontrar espaços destinados para o carregamento dos veículos. Isso explica o sucesso da venda dos automóveis na costa oeste americana, onde estão as maiores cidades dos Estados Unidos.

Segundo as concessionárias, preço e preocupação com o carregamento fazem com que os compradores relutem em fazer a troca. Os americanos pagavam US$ 51.668 por um novo VE em novembro, em comparação com US$ 44.112 por um novo modelo movido a gasolina.

O panorama é diferente em outros países, como na China e Europa, por exemplo. Quase 27% dos veículos vendidos na China no terceiro trimestre deste ano eram movidos a bateria. Em comparação aos EUA esse valor não chega nem perto da metade, sendo apenas de 8%.

Analistas avaliam que o crescimento em outros mercados é incentivado por subsídios governamentais e regulamentações de emissões mais rigorosas. Entretanto, a partir de 2025 as coisas devem mudar, pois se espera a chegada de modelos de valor mais baixo. 

“Vamos começar a ver mais desses veículos elétricos abaixo de US$ 35 mil a US$ 40 mil”, disse Stephanie Valdez Streaty, analista da empresa de serviços automotivos Cox Automotive. “É uma grande transição. Irá avançar, mas haverá grandes solavancos e zigue-zagues.”