Tragédia de Brumadinho, a sofrida espera por Justiça - por José Osmando

Justiça de Minas Gerais acolheu as denúncias do Ministério Público, tornando réus 15 funcionários e um ex-diretor-presidente da mineradora

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Vista aérea da destruição causada pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho | div
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Por José Osmando de Araújo 

Decorridos quatro anos da tragédia de Brumadinho, quando uma barragem da companhia Vale se rompeu e causou gigantesca inundação, e determinou  a morte de 270 pessoas, as famílias das vítimas seguem à espera de justiça e de um mínimo de reparação ao impagável mal que lhes causaram. A tragédia aconteceu em 25 de Janeiro de 2019. 

Além das quase três centenas de vidas ceifadas, as famílias de Brumadinho, entre as quais se incluíam muitos operários da própria Vale, sofreram danos materiais enormes, com suas casas e sítios levados pelas águas da violenta inundação. 

Vista aérea da destruição causada pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. — Foto: André Penner/AP

RÉUS 

Apenas nesta última semana, depois de intensa luta das famílias e de organizações que se puseram a seu lado ao longo desses  quatro anos, a Justiça de Minas Gerais resolveu acolher as denúncias do Ministério Público, tornando réus 15 funcionários e um ex-diretor-presidente da mineradora e também da TÜV Süd, empresa alemã que forneceu o atestado de estabilidade da estrutura que rompeu, determinando que eles devem ser julgados pelas acusações de homicídio qualificado. Mas isso ainda não é nada.

DANOS CAUSADOS 

Até o julgamento, serão muitas idas e vindas, bem apropriadas à justiça brasileira; serão muitas barreiras a enfrentar, muitas dificuldades, recuos e possíveis avanços, para que se alcance, enfim, alguma justiça e os réus recebam penas suficientes para atenuar um pouco da dar e repor o mínimo dos danos causados. 

LUTA 

Nesse longo tempo de espera por julgamento e condenação dos culpados, familiares e amigos das centenas de mortos nunca deixaram a luta esmorecer, mantendo um esforço permanente para preservar a memória dos que se foram. Uma luta gloriosa, que serve também como um grito que não pode ser sufocado, sempre a dizer que a justiça precisa ser feita.

É assim que eles nunca esquecem de Lorenzo e Maria Elisa, os nenens( fetos) que não nasceram, levados pela tragédia na barriga de sua mãe Maria Regina.

Avabrum

A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (Avabrum), que representa as 270 pessoas mortas no desastre, não alimenta grandes esperanças de que o julgamento no Brasil, mesmo diante do fato de que os acusados acabam de ser transformados em réus, possa ocorre mais celeremente. 

Estações de buscas em Brumadinho — Foto: Major Marcos Vinícius/ Corpo de Bombeiros

JUSTIÇA JUSTA 

Confiam, até, que as ações movidas contra a TUV-SUD, empresa alemã, tenham desfecho mais rápido na própria Alemanha, mas põe muitas dúvidas de uma breve punição contra essa mesma empresa e contra a Vale, aqui em nosso país. 

É uma lástima ter que duvidar-se sempre do espírito de “ justiça justa” do nosso poder judiciário. A história, contudo, depõe contra os nossos juízes, sobretudo quando está em jogo o poder econômico, mesmo que as lágrimas pelos que morreram continuem inundando o solo.



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