No coração da seca do sertão piauiense projeto mostra que é possível ter fartura e riquezas

No coração da seca do sertão piauiense projeto mostra que é possível ter fartura e riquezas

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Djalma Batista - Editor do Piauí no Jornal Meio Norte

Pelas fotos da página, não é possível imaginar que o oásis fica no coração da seca, no sertão do Piauí, onde muitas pessoas nesta ?altura do campeonato? ainda não conseguiram produzir alimentos sequer para o próprio consumo. Mas a fartura visível e recente está sendo possível por causa da água quase mineral que brota do fundo da terra e da crença de alguns moradores que investiram suas próprias economias na produção orgânica de melancia, abóbora, mamão, maracujá, tomate, pimentão, banana, abacaxi, mandioca, coco da praia, batata doce, feijão e até abacate.

Um deles é Osmério Francisco dos Santos, que já andou por Teresina, São Paulo e Brasília em busca de melhores condições de vida, mas foi na comunidade Nova Mira, no município de Jurema do Piauí, que viu a maior chance de produzir e vencer na vida através do trabalho. Há três meses ele teve a ideia de iniciar um projeto de irrigação com os poucos recursos que tinha.

O negócio deu tão certo que já planeja a expansão da área de cultivo. A colheita já começou e tudo que é produzido vende na porteira da roça. Com isso, evita os gastos com frete para levar os produtos até a cidade.

?Com este projeto estamos provando que é possível produzir na região seca. A área de produção fica no coração da seca. Este projeto começou a funcionar há três meses, mas a ideia existe há muito tempo. Buscamos financiamento no Banco do Nordeste, mas o dinheiro nunca saiu. Então resolvemos entrar com a cara, a coragem e um pouco de recurso próprio e hoje estamos satisfeitos com os resultados?, diz Osmério.

Para ele, o projeto poderia ser melhor e render muito mais caso os produtores locais tivessem assistência técnica e incentivos públicos. O pensamento é compartilhado pelo irmão de Osmério, Valdemar Francisco dos Santos, que também produz alimentos em uma área irrigada na mesma propriedade. O produtor falou que no local há terra boa, água em abundância e homens trabalhadores e que falta apenas incentivo público para a região ser mais rica.

Segundo ele, a produção é toda orgânica. ?Só usamos água praticamente mineral que vem debaixo do chão, zelo e terra. Produzimos até abacate e não colocamos um grama sequer de agrotóxico nas plantas?, afirma Valdemar(foto abaixo). ?Temos água a 50 metros de profundidade. Caso a gente tivesse incentivo e assistência técnica, não tenho dúvida de que a Nova Mira seria a localidade mais rica da região?.

Osmério demonstra orgulho quando fala sobre seu cultivo de melancia. Segundo ele, foram colhidas este ano no local melancias que pesaram mais de 15 quilos. ?Já vendi melancia por R$ 10, mas existem as menores que custam R$ 3,00, em média. Grande parte da produção vendo na porteira para os caminhoneiros que buscam água no poço para abastecer os municípios em situação de seca?, disse.

Crédito das fotos: Djalma Batista



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