Comissão da OAB diz ter provas de que mãe matou jovem por ser gay

Ele foi morto em dezembro em uma emboscada armada pela mãe

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Uma advogada da Comissão da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) diz ter provas de que o adolescente Itaberli Lozano, de 17 anos, foi assassinado por ser homossexual. Carolina Aram afirma que vizinhos e amigos relataram que o jovem era agredido há anos pela mãe, em Cravinhos (SP), por sua identidade sexual.

Lozano foi morto em dezembro, em uma emboscada armada pela mãe, com a ajuda de dois jovens. A gerente de supermercado Tatiana Lozano Pereira, confessou à polícia em primeiro depoimento que matou o próprio filho a facadas. Em seguida, com a ajuda do marido, levou o corpo de Lozano até um canavial, onde foi queimado.

Depois, Tatiana apresentou outra versão, afirmando que agiu com a ajuda de uma adolescente e dois jovens - estes últimos foram presos na sexta-feira (13). A mãe e o padrasto estão presos desde quarta-feira (11). A adolescente prestou depoimento e foi liberada, segundo a Polícia Civil.

A advogada Carolina Aram afirma que soube do caso após denúncias por e-mail, telefone e internet, enviadas dias após o corpo de Lozano ser encontrado carbonizado.

“Fomos direto a Cravinhos e o delegado nos recebeu e nos posicionou sobre tudo o que estava acontecendo no inquérito policial. Logo em seguida, nos dirigimos ao Fórum e fomos conversar com o promotor, que também nos mostrou as provas”, explica.

A advogada conta que o promotor pediu para que ela reunisse o máximo de provas que conseguisse e apresentasse o material ao juiz. Carolina explica que recebeu áudios e fotos de pessoas próximas a Lozano, mas não revelará os denunciantes por segurança.

“O conteúdo dos áudios mostra que Itaberli sofria agressão homofóbica já há alguns anos, desde que assumiu sua identidade e começou a andar pela cidade assumindo sua identidade de gênero, assumindo sua homossexualidade”, diz.

De acordo com a polícia, o crime contou ainda com a participação de uma adolescente. Ela teria sido a responsável por apresentar os dois jovens à mãe de Lozano. Juntos, os três teriam agredido o adolescente pouco antes de Tatiana esfaquear o próprio filho.

Ainda segundo informações da polícia, a menor foi vista entrando na casa de Tatiana junto com os outros dois rapazes, pouco antes do crime. A adolescente de 16 anos já prestou depoimento na delegacia e foi liberada.

O corpo de Itaberli Lozano foi encontrado carbonizado em um canavial às margens da Rodovia José Fregonezi, em Cravinhos, em 7 de janeiro. A família registrou um boletim de ocorrência relatando o desaparecimento do adolescente dois dias depois.

Na quarta-feira, a mãe e o padrasto foram presos, e confessaram o crime. Inicialmente, Tatiana disse que discutiu com o filho dentro de casa e o esfaqueou na madrugada de 29 de dezembro. Com a ajuda do marido, a gerente de supermercado queimou o corpo no canavial.

Em um segundo depoimento, a mãe voltou atrás e contou que havia aliciado dois jovens para darem um “corretivo” no filho, mas sem a intenção de matá-lo. Tatiana disse que ligou para Lozano, que estava na casa da avó paterna, alegando que queria se reconciliar.

Um dos rapazes confessou ter espancado Lozano, enquanto o outro disse que apenas conversou com o jovem. Segundo a Polícia Civil, no entanto, uma testemunha afirmou que ambos espancaram e enforcaram a vítima. Em seguida, a mãe esfaqueou o próprio filho.

A dupla foi presa na sexta-feira e deve responder por homicídio qualificado e associação criminosa. Eles foram levados à cadeia de Santa Rosa de Viterbo (SP) e, segundo a Polícia Civil, ainda não têm advogado constituído.

O delegado Helton Testi Renz disse que encerrará o inquérito nos próximos 30 dias, antes que termine o prazo da prisão temporária da mãe e do padrasto. O casal deve ser indiciado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Tatiana foi transferida da cadeia de Cajuru (SP) para a Penitenciária de Tremembé (SP) na última sexta-feira. O padrasto do adolescente continua preso na cadeia de Santa Rosa de Viterbo. A defesa do casal deixou o caso e, até o momento, não há advogado constituído.



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