Foto corpo de dançarino do ‘Esquenta’ mostra o tiro que perícia não viu; veja

Ao encontrar o cadáver, a perícia do local apontou que as escoriações apresentadas pelo dançarino eram “compatíveis com morte por queda”

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Uma foto mostra o corpo do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, de 26 anos, caído dentro da creche do Pavão-Pavãozinho, no local em que foi encontrado pela polícia. Na imagem, é possível ver, nas costas do jovem, a marca do tiro que o rapaz levou. Ele aparece na imagem caído num beco, dentro da creche, com o rosto encostado numa parede e uma das pernas dobradas. Ao encontrar o cadáver, na última terça-feira, a perícia do local apontou que as escoriações apresentadas pelo dançarino eram ?compatíveis com morte por queda?, sem mencionar a perfuração por arma de fogo. Apenas no dia seguinte, foi divulgado que DG tinha tomado um tiro antes de morer.

Questionada nesta quinta-feira sobre um possível erro da perícia de local, a assessoria de imprensa da Polícia Civil afirmou, em nota, que nesse primeiro momento, procura-se mexer o mínimo possível no cadáver e verifica-se a cena do crime. Ainda de acordo com o comunicado, as feridas e a causa da morte são vistas na necropsia no Instituto Médico Legal, num segundo momento. A assessoria esclarece ainda que até o momento não foram encontrados sinais de espancamento no corpo de Douglas.

Nessa quinta-feira, foram ouvidos oito os nove policiais envolvidos no tiroteio que terminou com a morte de DG. Todos negaram que tenham atirado no jovem. Os PMs contaram que foram vítimas de uma emboscada de traficantes - inclusive do chefe do tráfico da comunidade, Adauto do Nascimento Gonçalves, o Pitbull, que estava na quadra do Pavão-Pavãozinho - e que apenas revidaram os tiros dados por bandidos. Segundo a polícia, cinco PMs estavam há apenas 20 dias no policiamento da favela, e ainda não conheciam bem a área. Eles são oriundos da UPP do Complexo do Alemão.

As armas utilizadas pelos PMs - seis fuzis e dez pistolas - já foram enviadas para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). A reconstituição do crime será feita nos próximos dias.

Numa nova visita ao local do confronto, nesta quinta-feira, policiais civis definiram o caminho feito pelo dançarino até o momento em que caiu, nos fundos da creche, onde o corpo foi encontrado. A Polícia Civil não tem dúvidas de que o dançarino pulou para a laje da creche e, como o telhado é de telhas de alumínio, provocou um barulho que chamou a atenção de madrugada. A hipótese mais provável é de que o tiro que atingiu o jovem tenha provocado a sua queda no corredor. Mesmo baleado, ele se arrastou pelas paredes, chegou a ficar de pé, como mostram as marcas de sangue no lugar, mas não suportou e caiu. O delegado do caso, Gilberto Ribeiro, também descartou ontem que o dançarino tenha sido vítima de bala perdida.

Comoção

O corpo de DG foi enterrado ontem no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Cerca de 400 pessoas compareceram ao sepultamento. A apresentadora Regine Casé chegou ao cemitério por volta das 15h30. Emocionada, ela falou sobre o dançarino.

- Se eu não conhecesse, e visse aquela imagem do jeito que vi no noticiário (do corpo do dançarino), já ficaria chocada. Mas era o DG. Ele sempre foi muito pra gente na criação do programa. A sensação de insegurança não está só no morro. Se espalhou pela cidade - afirmou Regina, que abraçou a mãe do dançarino após chegar.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES