Integrante do grupo AfroReggae é assassinado a tiros

Rafael Gonçalves Victorio foi baleado na porta de casa na sexta (14). Coordenador do grupo diz que ele havia deixado o mundo do crime

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Rafael Victorio, do AfroReggae | Reprodução
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Foi sepultado na manhã deste domingo (16), no Cemitério e Ricardo de Albuquerque, no subúrbio do Rio, o corpo de Rafael Gonçalves Victorio, de 29 anos, integrante do AfroReggae assassinado a tiros na porta de casa, em Realengo, na Zona Oeste, na noite de sexta-feira (14).

Sob forte emoção, cerca de 30 parentes e amigos se despediram de Rafael, que era conhecido como Magrão. Dois policiais da Divisão de Homicídios (DH) acompanharam a cerimônia. Após o enterro, os pais de Rafael acenderam velas e rezaram sozinhos junto ao túmulo.

Rafael estava no AfroReggae há nove meses ajudando a reintegrar ex-presidiários e moradores de favelas. Segundo o coordenador executivo do AfroReggae, José Junior, Rafael tinha sido traficante na Vila Vintém, na Zona Oeste, mas havia deixado o mundo do crime.

?O trabalho dele era no projeto de empregabilidade, um projeto que encaminha pessoas de favelas para trabalhar de carteira assinada em algumas empresas. Ele era um supervisor de campo, visitava empresas, ajudava a tirar pessoas do narcotráfico, mediava conflitos quando necessário?, conta José Junior.

O coordenador lembrou ainda que na última quarta-feira (12), Rafael estava muito feliz. Ele tinha se destacado numa palestra que fez para embaixadores e representantes da ONU, em Brasília.

Rafael também integrava o projeto Comandos, de ex-traficantes, ex-policiais e ex-milicianos, que fazem palestras sobre a mudança de rumo em suas vidas.

"Ele era tímido no começo, mas depois que pegava confiança era muito comunicativo. Como neste projeto existem muitos ex-traficantes conhecidos, ele não tinha muita visibilidade no grupo. Mas foi o destaque em Brasília. Ele estava muito feliz, foi a primeira vez que viajou e andou de avião. Esta feliz por ter mudado de vida e queria realmente ajudar as outras pessoas. Usava o crachá do AfroReggae o tempo todo, quase como uma tatuagem no peito. Estava muito focado no trabalho. No grupo, caras como ele, que largaram o crime viraram ídolos. As pessoas ficam com medo que isso aconteça com elas, mas a morte do Rafael não vai abalar nosso trabalho", destacou José Júnior.

A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil investiga a morte do jovem. De acordo com a polícia, uma perícia foi realizada no local e o corpo de Rafael passa por necrópsia. O delegado responsável mantém as investigações em sigilo e está com duas equipes no caso.

Na semana passada, Rafael participou de um evento organizado pela Unesco, em Brasília. Foi palestrante em um dos projetos do AfroReggae, que reúne ex-traficantes, ex-milicianos e policiais da ativa para um debate. A mulher de Rafael, que não quis gravar entrevista, contou que ele foi abordado ao chegar em casa por volta de 2h. Ele levou vários tiros, quase todos na cabeça.

Em 2009, outro integrante do AfroReggae, Evandro João da Silva, de 42 anos, também foi assassinado a tiros, no Centro da cidade, após um assalto.



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