Laudos apontam a sequência de atos no caso chacina da família Pesseghini

A documentação técnica ainda ajuda a derrubar as teses de quem não acredita que Marcelo foi o autor único da chacina.

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As mais de cem páginas de laudos recebidos pelo DHPP (Departamento de Proteção à Pessoa) a respeito da chacina da família Pesseghini, ocorrida há quase um mês na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo, apenas consolidaram a opinião que os investigadores sustentam desde o primeiro dia do caso, apenas algumas horas após o crime: que Marcelo Pesseghini, de 13 anos, matou os pais e mais duas familiares antes de cometer suicídio.

O cabelo queimado encontrado na pistola .40 e a distensão na mão esquerda do filho do casal de PMs Luis Marcelo Pesseghini, sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), e da cabo Andreia Pesseghini, do 18º Batalhão da PM, constam nos laudos produzidos pelo IC (Instituto de Criminalística) e pelo IML (Instituto Médico Legal). Teriam sido o momento final de uma tragédia.

Na noite anterior, os laudos demonstram que Marcelo atirou primeiro no pai, que estava dormindo, deitado em um colchão e não teve chance de defesa. Em seguida, ele se escondeu no banheiro para surpreender a mãe, morta com um tiro na nuca. Por fim, foi até os fundos da casa, onde dormiam a avó, Benedita Oliveira Bovo, de 65 anos, e a tia-avó Benedita Oliveira da Silva, de 55, matando as duas. Todo o crime durou dez minutos, de acordo com os laudos.

Após matar a família, o adolescente pegou o carro da mãe e seguiu para a rua da escola na qual estudava, já durante a madrugada. Com base na versão da polícia, Marcelo passou a noite no carro, só o deixando no início da manhã, quando foi à escola, assistiu as aulas do dia e voltou para casa, de carona com o pai de um amigo. Ao chegar em casa, teria decidido tirar a própria vida. Horas depois, os corpos foram encontrados.

A documentação técnica ainda ajuda a derrubar as teses de quem não acredita que Marcelo foi o autor único da chacina. Segundo os peritos, os corpos das quatro vítimas não foram mexidos após o crime. Outro laudo, de acústica, mostra que o som dos disparos podia sim ser ouvido pela vizinhança. Por fim, a chance da cena ter sido contaminada (devido à alta presença de PMs antes da chegada da perícia) ou das vítimas estarem dopadas foram derrubadas.

Embora a análise dos laudos ainda esteja em andamento, tudo o que já foi visto pelos investigadores, conforme informou a diretora do DHPP Elisabete Sato na última terça-feira (3), vai de encontro aos 48 depoimentos já colhidos até aqui, entre policiais que conheciam o casal, colegas e professores de Marcelo, parentes da família Pesseghini, vizinhos, entre outros. Só a conclusão da avaliação dos laudos poderá exigir ou não que mais pessoas sejam ouvidas.

Documentos relativos ainda a confrontos balísticos, averiguação do local do fato, perícias sobre computador e tablet, armas apreendidas e exames necroscópicos também foram reunidos ao inquérito, que deve ser concluído em até no máximo a primeira semana de outubro. Faltam ainda os documentos relativos ao sigilo das ligações telefônicas dos celulares das vítimas (ainda não foram enviados pelas operadoras) e o laudo do perfil psicológico de Marcelo, que está a cargo do psiquiatra forense Guido Palomba.

A família continua não acreditando que Marcelo possa ter cometido o crime. A polícia espera apontar a motivação da chacina para dar um ponto final ao caso, que deverá ser remetido ao Ministério Público, o qual vai verificar se cabe denúncia contra alguém. A tendência é que, concluído o inquérito e apontado Marcelo Pesseghini como o autor da tragédia na Brasilândia, o caso seja encerrado.



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