Militares condenados injustamente por agressão cobram justiça

Porto revela que ao levar o caso à tona, tem-se o foco de alertar para os constantes erros judiciários, para ele falta mais cuidado.

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Ao pararem um motoqueiro em uma blitz na BR-343, cinco policiais militares não imaginavam que estavam prestes a entrar no maior pesadelo de suas vidas. Uma acusação de agressão. A perca da farda. Sete anos de sofrimento. Amedrontados sob a sombra da desconfiança e da injustiça. Erros que põem em cheque a eficiência do sistema judiciário e que marcam para sempre a vida de inúmeras pessoas.

No ano de 2007, na rotineira atividade de fiscalização, os militares tiveram que dar voz de prisão ao homem que dirigia em alta velocidade. Inconformado com a situação, ele viu na luta corporal uma estratégia para fugir do flagrante. Algemado,foi levado à delegacia, mas após cumprir todos os trâmites legais, entrou com um processo contra os policiais. O motoqueiro alegava ter sido cruelmente espancado, porém, os laudos apontavam apenas para pequenas escoriações no ombro, mas sustentado por uma testemunha que afirmava ter visto a ação ganhou a causa, e tirou o emprego e a dignidade dos servidores.

Assumindo o caso no ano passado, os advogados Jurandy Porto e Auro Costa, viram várias brechas no processo e entraram na luta para provar a inocência dos policiais. ?Logo percebemos a falta de coerência, a suposta vítima dizia ter sido agredida por mais de uma hora e que depois teria rodado 50 km com os militares, mas a blitz começava às 16h e a entrada na delegacia se deu às 16h15, tornando inviável realizar tudo isso em 15 minutos?, conta Porto.

No decorrer da investigação, os esforços foram centrados na testemunha que teria visto a agressão, e no limiar das confrontações, logo percebeu-se a falta de lógica no depoimento. ?Ela afirmava ter visto a agressão às 14h, entretanto nesse horário sequer a blitz havia iniciado?, afirma Jurandy Porto.

Ao perceber o cerco se fechando e arrependido, a testemunha resolveu abrir todo o esquema em 2013. ?Viu a situação que as famílias dos PM"s estava passando e confessou que recebeu R$ 1 mil para mentir em juízo?, declara Porto. A confissão foi gravada e pôs em evidência um erro que se arrastou por muitos anos. Os danos são irreparáveis e as famílias buscam a reparação da condenação.

O objetivo do motoqueiro com todo o enredo desenhado era ganhar uma alta indenização do Estado, como relatam os advogados do caso. Agora, a tomada dos novos depoimentos será realizada nesta terça-feira (06/05), e após essa etapa, os profissionais entrarão com um pedido de revisão criminal.?Em seis meses esperamos que seja resolvido?, impõe Jurandy.

Porto revela que ao levar o caso à tona, tem-se o foco de alertar para os constantes erros judiciários, para ele falta mais cuidado. ?Os juízes estão lotados de processos, e acabam não mergulhando conscientemente neles, falta uma análise atenta", impõe.

Mesmo com a descoberta da farsa, o impacto nas famílias dos militares é irreversível. ?São sete anos de tortura emocional, os meus filhos choram, tenho inclusive um especial que o plano de saúde foi cortado. Não há algo que pague esse sofrimento; esperamos justiça?, desabafa Katiana Soares, esposa de um dos militares.

Capitão Lopes teve que lidar com o desemprego e o medo do preconceito. ?Nós que fomos torturados, e continuamos a ser. Tanto que só fui falar para a minha esposa do caso recentemente, nem na igreja falei, tinha medo de ser preso a qualquer momento. Afetou minha vida pessoal, profissional, tudo?, completa.

ACOMPANHE A REPORTAGEM COMPLETA NA EDIÇÃO DE TERÇA (06/05) DO JORNAL MEIO NORTE.

Fotos: José Alves Filho



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