Audrey Magalhães busca equidade de gênero na composição dos Tribunais

“Advogo na Justiça do Trabalho desde 1990 e essa Justiça me inspirou a ser o que sou hoje”

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Audrey Magalhães | Divulgação
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Inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil há 34 anos, Audrey Magalhães está inscrita na disputa da vaga de Desembargadora do TRT pelo Quinto Constitucional. Este é um grande sonho. "Sou advogada trabalhista e desde que me formei, vivencio as dificuldades experimentadas por um advogado e cliente em busca de um bom atendimento e solução justa e célere para as suas demandas".

Para a Corte, Audrey disse que pretende contribuir com sua experiência. Ela destaca a atuação exemplar de funcionamento do TRT do Piauí e garante que a gestão diferenciada do TRT 22 a motivou a seguir sua profissão e seu objetivo é tornar ainda mais em um tribunal mais sensível, com mais respeito e acolhimento a todos que procuram a Justiça do Trabalho.

"A minha primeira bandeira, que me impulsiona na pré candidatura, é a busca pela equidade de gênero na composição dos Tribunais. Sabemos que não é possível construir um Judiciário com olhar atento às minorias sociais, quando estas não se veem representadas em seus quadros", diz, enfatizando que pretende construir um balcão virtual mais eficaz e um gabinete itinerante.

Jornal Meio Norte - Como surgiu o desejo de concorrer à vaga do Quinto Constitucional? Qual a sua trajetória na advocacia?

Audrey Magalhães - O desejo de concorrer à vaga do Quinto Constitucional foi e é um sonho para uma advogada como eu, militante há mais de 30 anos. Sou advogada trabalhista e, desde que me formei, vivencio as dificuldades experimentadas por advogado e cliente em busca de um bom atendimento e solução justa e célere para suas demandas. Nunca foi fácil e ainda não é, mas posso dizer que tenho um histórico de luta e superação enquanto mulher advogada por ter adentrado espaços que antes eram predominantemente masculinos.

Advogada inscrita na OAB há 34 anos e atuando em todas as áreas do Direito. Nos últimos tenho intensificado na Justiça do Trabalho no Piauí, que é a minha maior experiência de vida profissional. Advogo na Justiça do Trabalho desde 1990 e essa Justiça me inspirou a ser o que sou hoje.

Doutora Audrey Magalhães pretende trazer para Corte a experiência técnica 

JMN- Como pretende contribuir para o Tribunal Regional do Trabalho?

AM - Pretendo contribuir com a minha experiência enquanto jurista, com o meu preparo técnico e vasta experiência em diversos TRT's.

JMN - Quais são as suas principais bandeiras de atuação caso seja eleita?

AM - A minha primeira bandeira, que me impulsiona na pré candidatura, é a busca pela equidade de gênero na composição dos Tribunais. Sabemos que não é possível construir um Judiciário com olhar atento às minorias sociais, quando estas não se veem representadas em seus quadros. Além disso, faço compromisso em construir um balcão virtual mais eficaz e um gabinete itinerante, com atendimento presencial em diferentes comarcas.

A partir da compreensão de que o Quinto Constitucional para advogado se destina a trazer a experiência e a compreensão técnica de um advogado para dentro da Corte laboral. Todas as pautas estão automaticamente ligadas a essa compreensão. O advogado está diretamente ligado com a parte, é quem vive os momentos de dificuldade, de angústia de um jurisdicionado na procura do Justiça do Trabalho.

O TRT 22 é um tribunal exemplar. Inclusive, esse tribunal muito motivou a seguir a minha profissão mais na carreira trabalhista. Tem julgados céleres, audiências marcadas com brevidade, acórdãos em primeira instância céleres, os juízes são comprometidos. É como se fosse um lugar perfeito onde a justiça acontece. Sempre na visão do juiz togado, pode se perder apenas com esta visão, o lado plural de pequenas situações que vai desde o advogado esperar longamente numa fila de audiência, onde 10 são marcadas para o mesmo horário.

Na verdade, a primeira audiência de instrução que passa uma ou duas hora acontecendo e toda a pauta é atrasada. Desde essa pequena compreensão até às vezes, o advogado chegar ao gabinete do juiz, magistrado ou desembargador, ele está despachando com inúmeros processos com outro servidor. Essas pequenas situações que podem parecer impossíveis de serem resolvidas no olhar de quem está prestando o serviço. No olhar do advogado elas parecem fáceis de solucionar. Existem sugestões e opiniões a respeito disso, mas a partir do momento em que o advogado não compõe a Corte, isso se perde. Então a sensibilidade é a pauta principal e dela advém todos os outros assuntos, pequenos e grandes. Então a pauta é a sensibilidade, o respeito, o acolhimento, a compreensão.

JMN - Recentemente o país passou por uma reforma trabalhista, como observa as relações de trabalho pós reforma e qual o papel do Tribunal na garantia de que essa relação seja justa?

AM - O País não passou apenas por uma reforma trabalhista, mas também por uma crise sanitária severa que deixou sequelas diversas em nossa sociedade. Diante desses dados, o Brasil ainda precisa perseguir os ditames da justiça social para conseguir oferecer igualdade material e chances minimamente iguais a todos. Embora tenhamos um conjunto de leis que garantam o direito ao trabalho, à educação, à infância, é preciso de políticas de ação para concretizá-las. Ainda há um longo caminho a ser percorrido, ainda mais agora depois de tantas dificuldades enfrentadas pelos dois polos da relação trabalhista, de diferentes modos e intensidades, com os efeitos da pandemia.

As cortes trabalhistas precisam ficar atentas e sensíveis a essas circunstâncias que afetam o trabalhador, condenando-o em muitos casos ao desemprego e ao desalento (em 2021 eram 5,7 milhões que desejavam procurar mas já tinham deixado de procurar). O papel do Judiciário é garantir um patamar mínimo civilizatório, com preservação das garantias fundamentais, sempre tendo como bússola a Constituição Federal.

JMN - Por fim, gostaria que deixasse uma mensagem aos advogados e toda a sociedade.

AM - O Quinto Constitucional se faz essencial para garantir uma oxigenação no Judiciário, pois o que de pior pode acontecer à sociedade são as ameaças à democracia e as diferentes formas de pensar - assegurar a existência dessa visão plural nos tribunais é uma das funções dessa garantia, assegurada há mais de 85 anos.



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