Brasil pode precisar aumentar impostos, diz ex-presidente do BC

O ex-presidente do BC não descarta a hipótese de aumenta impostos

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Um dia depois de a Câmara aprovar o pedido de impeachment contra a presidente Dilma, Henrique Meirelles, um dos cotados para a Fazenda em um eventual governo Michel Temer, já a dava a página por virada.

“É importante olhar para a frente”, disse o ex-presidente do BC em evento em Nova York nesta segunda (18).

Sobre a possibilidade de assumir a Fazenda, Meirelles disse que “não comenta nenhum tipo de conversa particular”. Indicou, contudo, o que faria para “assegurar que o Estado brasileiro recupere a confiança”.

O ex-presidente do Banco Central não descarta a hipótese de aumentar impostos, o que “talvez seja necessário, mas claramente temporário”.

A lista de Meirelles inclui ainda a reforma tributária. Para ele, o calcanhar de Aquiles do país está mais na complexidade tributária do que no tamanho dessa carga, o que afeta empresas e afugenta investimentos do país.

Sem as reformas necessárias, não espere um PIB fortalecido em dez anos, alertou o presidente do BC.

Na sua apresentação, ele projetou três cenários para a expansão do PIB na próxima década: 1,2% se nada for feito, 2,6% com ajustes básicos e 4% com reformas efetivas.

FUTURO INCERTO

Também presente ao evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, o secretário de Política Econômica, Manoel Carlos de Castro Pires, disse que é preciso pensar “a curto, médio e longo prazo” e “atravessar a tempestade política para chegar ao verão”.

Nomeado pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, há quatro meses, Pires disse à Folha que a ordem é “continuar trabalhando”, ainda que o futuro da atual administração seja incerto.

“Independentemente da crise, vamos deixar a agenda necessária [para a recuperação da economia]. Os desafios econômicos são os mesmos, seja qual governo for.”

O secretário tentava passar algum otimismo para a plateia de investidores. Ele próprio, contudo, elencava dados pífios do desempenho da economia nacional.

Caso se cumpra a previsão de queda do PIB pelo segundo ano consecutivo, após encolhimento de 3,8% em 2015, será um fato inédito desde os anos 1930.

Pires afirmou que era “difícil dar à agenda econômica a importância que ela precisa”, mas, assim que a “tempestade” passasse, o governo apresentaria políticas para “retomar o caminho do crescimento”, entre elas a reforma da Previdência.

MAIS AUSTERIDADE

Carlos Kawall, economista-chefe do Safra, que também esteve no encontro, pediu “mais austeridade” e menos crédito subsidiado. “Estamos exatamente no tipo de situação pela qual países europeus passaram”, disse, lembrando de crises em Portugal e Grécia.

Sugeriu a adoção de medidas impopulares, como redução de salário por meio de jornadas parciais de trabalho.

Para Kawall, a “bala de prata” na crise seria uma emenda constitucional que desse ao governo mais mobilidade para cortar despesas orçamentárias.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES