Dona Marisa Letícia morre aos 66 anos em São Paulo

O óbito de Dona Marisa foi constatado às 18h57 desta sexta-feira

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A ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia Lula da Silva morreu nesta sexta-feira (3) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A mulher do ex-presidente Lula tinha 66 anos. Dona Marisa estava internada desde o dia 24 de janeiro, depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral hemorrágico provocado pelo rompimento de um aneurisma.

submeteram dona Marisa a dois testes: o primeiro ocorreu às 12h05 e o segundo, às 18h05. O protocolo determina que o último exame seja conduzido por outro médico para comprovar a perda definitiva e irreversível das funções cerebrais.

Logo após a divulgação do boletim, Lula postou em suas redes sociais informações sobre o velório. "A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva faleceu nesta sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017, às 18:57. O velório será neste sábado (4), das 9h às 15h, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dona Marisa Letícia se conheceram. O Sindicato fica na Rua João Basso, 231, em São Bernardo do Campo. Em seguida haverá no Cemitério Jardim da Colina uma cerimônia de cremação reservada à família."

Ao saber da morte de dona Marisa, o presidente Michel Temer decretou luto de três dias no país.

Na quinta, um boletim médico divulgado pelo hospital informou que um doppler transcraniano identificou a ausência de fluxo cerebral. Em seguida, Lula publicou em seu pefil no Facebook uma mensagem agradecendo o carinho.

"A família Lula da Silva agradece todas as manifestações de carinho e solidariedade recebidas nesses últimos 10 dias pela recuperação da ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia Lula da Silva. A família autorizou os procedimentos preparativos para a doação dos órgãos", diz o post. Depois, a página do Facebook do ex-presidente atualizou a foto de perfil e colocou uma imagem do casal sorrindo.

por um procedimento de emergência, que durou cerca de duas horas, para conter a hemorragia no cérebro. Os médicos fizeram uma arteriografia cerebral para localizar a lesão e depois introduziram um cateter até a região afetada para estancar o sangramento.

. Desta vez, para a "passagem de um cateter ventricular para monitoração da pressão intracraniana", como informou o hospital. A decisão dos médicos ocorreu após "avaliação tomográfica de crânio para controle de sangramento cerebral”.

Na sexta-feira (27), dona Marisa passou por uma tomografia para verificar se tinha ocorrido melhora na infecção que havia se formado em seu cérebro. Ela foi acomodada em uma cama térmica para baixar a temperatura do corpo, que normalmente fica perto dos 35°C, para até 25°C.

O objetivo era diminuir o metabolismo e, junto com ele, a atividade cerebral, para que o cérebro conseguisse absorver de forma mais rápida o excesso de sangue acumulado na caixa craniana.

a presença de trombose venosa profunda nas veias das pernas. Os médicos realizaram a passagem de um filtro de veia cava inferior para prevenir a ocorrência de embolia pulmonar.

O quadro clínico ficou irreversível, segundo os médicos.

VISITAS

Depois da divulgação do boletim médico na quinta (2), amigos e políticos foram ao Sírio-Libanês prestar solidariedade à família de Lula.

O presidente Michel Temer visitou Lula com uma comitiva de ministros e senadores. Com Temer estavam José Sarney (PMDB), ex-presidente da República; José Serra (PSDB), ministro de Relações Exteriores; Eunício Oliveira (PMDB), novo presidente do Senado; Helder Barbalho (PMDB), ministro da Integração Nacional, e dos senadores Renan Calheiros (PMDB), Eduardo Braga (PMDB)-, Edison Lobão (PMDB) e Cassio Cunha Lima (PB).

Ao chegarem ao hospital, Temer e comitiva foram hostilizados por um grupo de manifestantes

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também visitou o petista. O encontro dos dois foi fotografado, e as imagens, postadas nas redes sociais de Lula. FHC entrou no hospital sem ser visto pela imprensa e não falou com os repórteres.

Nesta sexta, a ex-presidente Dilma Rousseff visitou Lula no hospital. Segundo a assessoria de imprensa do Instituto Lula, Dilma chegou ao hospital por volta das 11h30, e almoçou com o ex-presidente. Dilma entrou no hospital sem ser vista.

Dilma já havia divulgado um comunicado nas redes sociais em apoio a Lula.

BIOGRAFIA

Dona Marisa Letícia nasceu em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, em 7 de abril de 1950. Filha de imigrantes italianos de origem camponesa, tinha como sobrenome de solteira Rocco Casa e passou a infância no sítio da família – que veio a dar origem ao Bairro dos Casa na cidade.

Antes de se casar com Lula, Marisa Letícia já havia sido casada com um taxista com quem teve um filho, chamado Marcos, adotado pelo ex-presidente quando tinha 10 anos de idade. O primeiro marido de Marisa foi assassinado durante um assalto.

Viúva, ela conheceu Lula no Sindicato dos Metalúrgicos. Poucos meses depois, em 1974, os dois se casaram. O casal teve três filhos: Fábio, Sandro e Luís Cláudio.

Em 1980, ano em que Lula e outros líderes sindicais foram presos pelo regime militar, Marisa Letícia foi uma das principais organizadoras de um protesto para denunciar a prisão do marido. No mesmo ano, a ex-primeira-dama acompanhou de perto a criação do PT. Em entrevistas, ela se orgulhava de ter costurado a primeira bandeira do partido.

"A primeira bandeira do PT eu é que fiz. Tinha um tecido vermelho, italiano, um recorte, guardado há muito tempo. Costurei a estrela branca e ficou lindo. Minha casa era o centro. Foi assim que começou o PT", disse em 2002, segundo o acervo do jornal "O Globo".

Após a criação do PT, dedicou-se às campanhas de Lula à Presidência da República. Durante os comícios, era comum vê-la ao lado do marido ou atuando sozinha cumprindo compromissos para pedir voto ao petista.

Durante os dois mandatos de Lula como presidente, ficou famosa nacionalmente e era chamada de dona Marisa por Lula e pela imprensa. Foi criticada pela oposição por não ter se envolvido diretamente em projetos sociais, atribuições que, tradicionalmente, são realizadas pela primeira-dama.

Em 2004, foi centro de uma polêmica por ter determinado aos funcionários do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, que colocassem nos jardins novos canteiros de flores vermelhas em formato de estrela, símbolo do PT.



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