Sem citar EUA e UE, Lula denuncia corrida armamentista e guerra na Ucrânia

Em discurso, o presidente afirmou que o conflito impacta setores econômicos, sociais e climáticos

Lula defende retomada da prosperidade e da diplomacia | Reprodução/Internet
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Em seu primeiro discurso em Bruxelas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou a oportunidade para expressar críticas à guerra na Ucrânia, sem apontar culpados ou atacar as potências ocidentais. Ele ressaltou que o conflito, localizado em terras europeias, traz incertezas ao mundo e desvia recursos essenciais da economia e programas sociais para fins bélicos. Além disso, Lula destacou que a corrida armamentista dificulta ainda mais a luta contra as mudanças climáticas.

O discurso ocorreu durante a abertura dos eventos empresariais que precedem a Cúpula América Latina-Europa, agendada para iniciar-se em Bruxelas nesta segunda-feira (17). O presidente aproveitou a ocasião para chamar governantes, empresários e trabalhadores a reconstruírem o caminho da prosperidade, retomada da produção, investimentos e geração de empregos diante dos desafios globais.

Leia Mais

Os gastos mundiais com armamentos atingiram um recorde de mais de US$ 2 trilhões em 2022, de acordo com o Instituto de Pesquisas pela Paz de Estocolmo. Em fevereiro de 2023, no primeiro aniversário da guerra, a Ucrânia já havia recebido mais de US$ 100 bilhões em ajuda ocidental, valor superior ao oferecido por países ricos a nações emergentes para enfrentar as mudanças climáticas.

Lula tem criticado abertamente europeus e americanos nos últimos meses por prolongarem o conflito ao fornecer armas, além de sugerir que a responsabilidade não deve ser atribuída apenas aos russos, o que gerou indignação na Europa. Dessa vez, ele abordou o tema de forma mais sutil, optando por não apontar culpados em plena capital europeia.

Desde o início do governo de Lula, a questão da guerra na Ucrânia tem dividido europeus e a nova diplomacia brasileira. O Palácio do Planalto continua buscando uma solução diplomática para o conflito, o que tem irritado as potências ocidentais. No entanto, as propostas de Lula, como a criação de um grupo para facilitar um acordo de cessar-fogo, perderam força diante da insistência dos russos e ucranianos em optar pela via militar. Outras iniciativas de negociação lideradas pela ONU, China, países africanos e intermediários do Vaticano também não progrediram.

Acordo entre Mercosul-União Europeia

A cúpula encerra-se na terça-feira, e os governos esperam que até lá seja possível alcançar um entendimento. Além da questão da guerra, Lula aproveitou o discurso para cobrar países ricos, argumentando que o Brasil busca um acordo comercial equilibrado com a União Europeia, que abriria novas perspectivas econômicas. Ele destacou que o acordo deve preservar a capacidade de ambas as partes de enfrentar os desafios presentes e futuros e defendeu a proteção de setores como licitações públicas, essenciais para a política industrial do Brasil.

De acordo com informações, o Brasil apresentará uma proposta aos europeus para que determinados setores sejam excluídos do processo de abertura comercial ou para que as empresas nacionais estejam relativamente mais protegidas ao competir por contratos.

Saiba mais em: Meionorte.com



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES