Prates diz que Petrobras vai definir preços do petróleo 'como achar melhor'

'Parece que virou um dogma esse negócio [o PPI] (...) O mercado brasileiro é diferente', disse o presidente da companhia, em sua primeira entrevista coletiva no cargo.

Prates diz que Petrobras vai definir preços do petróleo 'como achar melhor' | Reprodução
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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta quinta-feira (2) que a empresa pode seguir outros referenciais fora da Paridade de Preços e Importação (PPI) para definir seus preços.

Segundo Prates, a PPI é uma "abstração", e a Petrobras vai "praticar preços competitivos como ela achar melhor". O Preço de Paridade Internacional (PPI) consiste em vender a gasolina e o diesel pelo mesmo preço que eles são vendidos no resto do mundo.

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"O PPI é uma referência e, se julgar necessário, terá mais de uma referência para ter o melhor preço para o consumidor", explicou, em sua primeira entrevista coletiva à frente do cargo, no Rio de Janeiro.

"O próprio PPI é uma abstração. O PPI mesmo, ele difere. Quando fala em PPI parece que virou um dogma esse negócio, criaram esse nome e isso parece que dominou tudo. Não é necessariamente assim, o mercado brasileiro é diferente.”

Questionado sobre as possíveis referências, o presidente da companhia disse: "Pode ser uma política transversal, pode ser uma política de referência de preços, pode ser uma política de monitoramento de estoques estratégicos. Eu, particularmente, defendia – digo isso no passado porque, hoje, estamos em outra dimensão – que não existe bala de prata, não existe um dogma, não existe um preço só de referência no Brasil todo".

Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que vai disponibilizar técnicos da pasta ao Ministério de Minas e Energia para encontrar alternativas para que variações de preço internacional do petróleo não pesem no bolso do consumidor.

Haddad foi questionado se haverá mudança na política de preços da Petrobras para "abrasileirar" o preço dos combustíveis, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Vamos colocar nossos melhores quadros à disposição do Ministério das Minas e Energia para encontrar alternativas para que não pesem no bolso do consumidor as eventuais variações de preços internacionais que penalizaram muito o consumidor no ultimo governo", declarou Haddad.

"A gente se dá muito bem e esse processo ele foi construído, ele sugeriu. Na verdade, a gente está atras de uma política transparente de preço para o Brasil. Como se constrói esse preço? Qual a margem admitida do mercado? Como funciona isso? O PPI regional é uma boa referência? Então eu acho que é disso que ele (Haddad) ta falando. É o mesmo grupo de trabalho", comentou Prates, na coletiva desta quinta, sobre a declaração do ministro.

Política de preços da estatal

Atualmente, os preços que a Petrobras cobra no mercado interno variam de acordo com a cotação do petróleo no mercado externo e, consequentemente, com a taxa de câmbio. Os preços internacionais são cotados em dólar.

Entenda: sempre que o preço do petróleo no mundo ou a cotação do dólar no Brasil sobem, os preços dos combustíveis também sobem para o consumidor interno. Esse mecanismo tem o objetivo de evitar que o preço no país fique defasado em relação ao resto do mundo, o que poderia, no limite, desestimular a importação de combustível e levar ao desabastecimento.

Durante a transição de governo, em novembro do ano passado, Wellington Dias (PT-PI), então coordenador dos ajustes no orçamento de 2023 na equipe de transição, disse que a ideia em estudo na ocasião era considerar, em vez das variações do petróleo no mercado externo e do dólar, o preço médio de refino no Brasil e também no exterior.

"O preço do combustível no posto de gasolina vai considerar o preço médio do refino no Brasil e também no exterior. Hoje, somente prevê o valor no exterior", explicou ele. Atualmente, Dias é ministro do Desenvolvimento Social.

Distribuição de dividendos

Em meio a tentativas do governo federal de mudar as regras de distribuição de dividendos da empresa, a Petrobras divulgou nesta quarta (1) que registrou lucro líquido de R$ 188,328 bilhões em 2022, o maior da história da empresa. O resultado ficou 76,6% acima dos R$ 106,668 bilhões reportados em 2021, até então o valor recorde.



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