Adultos com TDAH possuem risco acentuado para desenvolver demência

O transtorno afeta mais de 2 milhões de brasileiros, segundo dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA)

De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o número de casos de TDAH variam entre 5% e 8% a nível mundial | Reprodução: Internet
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

De acordo com um novo estudo conduzido por Rutgers Brain Health Institute (BHI), mostrou que adultos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) possuem um risco acentuado de desenvolver demência. A análise se baseou nos registros de mais de 100.000 idosos em Israel ao longo de 17 anos, de 2003 a 2020. 

Em seguida, analisaram a ocorrência de demência entre eles à medida que envelheciam. Aqueles que tiveram um novo diagnóstico de TDAH durante este período tinham uma incidência de demência de 13,2% – um percentual significativamente maior que os 7% registrados entre os indivíduos que não manifestaram o transtorno.

O objetivo do estudo foi analisar a incidência da demência na população, e é um dos primeiros a apontar a possível ligação biológica entre a condição e o TDAH. Evidenciou-se que os processos cerebrais envolvidos no TDAH podem reduzir a capacidade natural neuroprotetora do cérebro ao longo da idade.

"Ao determinar se os adultos com TDAH correm um risco mais elevado de demência e se os medicamentos e/ou as mudanças de estilo de vida podem afetar os riscos, os resultados desta investigação podem ser utilizados para informar melhor os prestadores de cuidados e os médicos", afirmou Michael Schnaider Beeri, coautor do estudo no Rutgers BHI, em um comunicado.

Os  mecanismos, como a diminuição da reserva de massa cinzenta – responsável pela cognição – podem acelerar o declínio cognitivo em pacientes com TDAH. Apesar de proporcionar uma nova perspectiva sobre a associação do TDAH com a demência, a pesquisa possui limitações importantes. São elas:

  • a ausência de dados sobre TDAH na infância;
  • a dificuldade em diagnosticar corretamente o TDAH;
  • o desconhecimento a respeito dos efeitos do uso prolongado de psicoestimulantes.

A investigação ressalta a importância de compreender e aprofundar a investigação sobre a ligação entre TDAH e demência, fornecendo um bom ponto de partida para futuras pesquisas na área. "Este estudo não é capaz de descrever se há um mecanismo causal envolvido e, em caso afirmativo, qual é", disse Roxana O Carare, professora da Universidade de Southampton, que não fez parte do estudo. “Estes resultados representam um "ponto de partida" para investigar mais aprofundadamente o assunto”, acrescentou.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES