Calor extremo que atingirá Brasil essa semana pode ameaçar a vida; entenda

Calor extremo atingirá todas as regiões do País e pode ameaçar a saúde de brasileiros; conheça condições

Os efeitos do calor extremo tendem a ser mais fortes entre aqueles que já têm doenças cardiopulmores e outros grupos de risco | Reprodução: Internet
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Neste último domingo (17), foi divulgado pelo MetSul Meteorologia, que todas as regiões do Brasil serão afetados por uma onda de calor extrema. De acordo com a entidade, estão previstas temperaturas máximas entre 40º e 45º. "Todas as regiões do país serão atingidas e com marcas históricas", destaca o MetSul, que também confirma a possibilidade de risco à saúde e à vida diante da previsão meteorológica.

Um dos principais problemas de saúde que pode ocorrer em relação a elevação de temperatura é conhecido como heatstroke, condição grave que pode ocorrer quando a temperatura corporal fica acima de 40º devido à exposição ao sol. Especialistas da área, evitam traduzir o termo como "insolação" para não gerar confusão entre os termos  "heat exhaustion" e "heat stroke".

O Serviço Nacional de Saúde Britânico (NHS, na sigla em inglês) coloca o heatstroke como uma evolução do "heat exhaustion", que deixa sintomas como cansaço, tontura, fraqueza e dor de cabeça. Com o heatstroke, a pessoa não sua e geralmente perde a consciência. A condição mais grave pode ocasionar pele avermelhada, dores de cabeça, náuseas, vômitos, desmaios, confusão e até insuficiência renal. O atendimento, nesses casos, deve ser urgente.

Como ajudar uma pessoa com heatstroke?

Após solicitar ajuda médica, o ideal é colocar o indivíduo em local fresco e retirar seu excesso de roupas. Outras dicas divulgadas pelo biomédico são refrescar o corpo da pessoa, usando tecidos úmidos nas regiões que super aquecem, a exemplo das coxas, e usar um ventilador para baixar a temperatura do corpo. Água só deve ser indicada se o indivíduo estiver consciente.

Ameaça à vida

O mês de julho deste ano foi marcado por ondas de calor que atingiram milhões de pessoas, especialmente no hemisfério norte, o que resultou na morte acentuada associadas ao calor. Isso se deve à forma como o corpo reage à temperaturas altas, o que afeta os sistemas cardiovascular, respiratório e renal. Para tentar refrescar o corpo, o coração bombeia mais sangue, absorvendo o calor interno e o movendo em direção à pele para ser dissipado para o ambiente, em forma de suor.

"Então, obviamente, seu coração tem que bater mais rápido", explica Daniel Vecellio, pesquisador de clima e saúde na George Mason University (EUA). Como para bombear mais sangue é preciso mais oxigênio, também será necessário respirar mais. Essas medidas fazem o corpo suar e, com isso, baixar a temperatura interna. Mas se a água que está sendo eliminada pelo suor não é reposta (com o consumo de líquidos) isso pode levar à falta de hidratação.

"O que pode ser um grande problema quando você está falando sobre problemas renais. Portanto, há várias maneiras pelas quais o calor afeta a saúde durante ondas de calor. E isso antes mesmo de falar sobre insolação —que ocorre numa fase posterior", diz o especialista.

Estresse Climático

Esse aumento tem a ver com um planeta mais quente. No início do mês de agosto, uma pesquisa publicada na revista Nature Medicine estimou que mais de 61 mil pessoas tenham morrido de calor na Europa no verão do ano passado. O número é próximo daquele registrado em uma das piores ondas de calor na região, em 2003, quando 70 mil pessoas morreram.

"De uma perspectiva européia, o verão de 2003 foi o primeiro verão muito, muito quente", explica a vice-diretora do Serviço de Mudança Climática do observatório europeu Copernicus, Samantha Burgess. "Duas décadas depois, [os registros de] 2003 são significativamente mais frios do que algumas das ondas de calor que tivemos este ano e dos verões dos últimos dois anos".

De acordo com o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança do Clima da ONU), estes fenômenos já triplicaram na comparação com o período de 1850 a 1900 (quando as emissões humanas de carbono começaram a escalar). O aquecimento global também faz aumentar a intensidade destes eventos.

Fervura Global

A era da "fervura global" coloca a saúde humana em risco, em especial nos locais menos preparados para lidar com as mudanças climáticas. Um estudo realizado pela ONG CarbonPlan em parceria com o jornal "Washington Post" aponta que, até 2050, mais de cinco bilhões de pessoas — isto é, mais da metade da população global, segundo projeções — estarão expostas a pelo menos um mês de calor extremo.

De acordo com o levantamento, Belém será a segunda cidade com mais dias de calor extremo durante o ano: 222. A capital do Pará terá o aumento mais acentuado entre as grandes cidades do mundo e, em dados absolutos, só perde para Pekanbaru, na Indonésia, cujos habitantes precisarão enfrentar 344 dias de perigosas altas temperaturas.

  • Veja o ranking abaixo
  • Pekanbaru, Indonésia - 344 dias de calor extremo, ao ano
  • Belém, Brasil - 222 dias de calor extremo
  • Dubai, Emirados Árabes Unidos - 189 dias
  • Calcutá, Índia - 188 dias
  • Nimule, Sudão do Sul - 159 dias
  • Phoenix, Arizona - 102 dias
  • Freetown, Serra Leoa - 92 dias


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