Esclerose múltipla: entenda os sinais de alerta da doença

Causas ainda são desconhecidas, mas estudos indicam que ela é desencadeada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais

As causas da esclerose múltipla ainda são desconhecidas | Reprodução/Internet
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A esclerose múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune, em que as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo, sendo 40 mil somente no Brasil, principalmente mulheres entre 20 e 40 anos. 

As causas da esclerose múltipla ainda são desconhecidas, mas estudos indicam que a doença é desencadeada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Para desmistificar o assunto, a neurologista Mayra Magalhães Silva, do Hospital Dia Campo Limpo, unidade administrada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, falou sobre o assunto, explicando o que é a esclerose múltipla, seus sintomas e as principais formas de tratamento.

Esta é uma doença neurológica autoimune crônica, provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem a bainha de mielina, que reveste e protege as células nervosas. “Na esclerose múltipla, o próprio corpo ataca essa bainha, uma vez que os anticorpos do próprio paciente a confundem  com um agressor (um micro-organismo externo como uma bactéria, por exemplo). Com a mielina e os axônios lesionados pelas inflamações, as funções coordenadas pelo cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal ficam comprometidas”, explica. 

Tratamento no SUS

A neurologista explica que é possível tratar esse problema através do SUS. “Ainda que seja uma doença sem tratamento curativo, existem duas abordagens disponíveis no SUS: tratamento agudo do surto da doença e tratamento crônico da doença para evitar novos surtos e sequelas de inflamação”, explicou.

No caso do tratamento agudo, ela explica que o paciente procura o pronto atendimento, onde pode ser devidamente diagnosticado e receberá o tratamento intravenoso com corticoides para conter a inflamação. Já no cado do tratamento crônico, assim que recebe o diagnóstico, o paciente pode dar início ao tratamento com medicações que têm mecanismo imunológico específico para conter novas inflamações da doença. Essas medicações são conhecidas como medicações “modificadoras da doença” e são oferecidas gratuitamente aos pacientes pelo SUS através da Farmácia de Alto Custo. O objetivo principal desses medicamentos é frear a atividade e, dessa forma, evitar ou reduzir a incapacitação e as sequelas permanentes.

“O atendimento multidisciplinar (com fisioterapia, terapia ocupacional e fisiatra) também é fundamental para os pacientes, por se tratar de uma doença ainda sem cura. A avaliação das condições psicológicas também deve fazer parte do atendimento regular das pessoas com esclerose múltipla”, afirmou.

Sintomas

A médica explica que alguns locais no sistema nervoso podem ser alvo preferencial da desmielinização (danos à mielina ao redor dos nervos), característica da doença, o que explica os sintomas mais frequentes: o cérebro, o tronco cerebral, os nervos ópticos e a medula espinhal. Sendo assim, os sinais e sintomas mais comuns incluem baixa acuidade visual súbita de um dos olhos, visão dupla, dormência, formigamento, vertigem, nistagmo, fraqueza dos membros, desequilíbrio ao andar, incontinência e retenção urinária. Atenção, por isso, para alterações visuais e para fraqueza em algum membro, que ocorreram de forma súbita e que podem indicar sintomas iniciais de esclerose múltipla. Esses devem ser avaliados devidamente por um neurologista.

Atinge mais mulheres

Pesquisas indicam que a esclerose múltipla atinge mais mulheres do que homens. “Assim como todas as outras doenças autoimunes, a esclerose múltipla tem, sim, maior prevalência em mulheres. Essa diferença, em princípio, ocorre devido a fatores hormonais envolvidos na modulação do sistema imunológico. Uma outra evidência para esse quadro é o fato de as mulheres apresentarem índices mais baixos de vitamina D do que os homens, o que leva à maior incidência da doença, uma vez que a deficiência desta vitamina no organismo leva ao aumento da capacidade inflamatória das células do sistema imunológico”.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES