FEBRE MACULOSA: Transmissão é feita por carrapato de cachorro? Entenda

Segundo informações do Ministério da Saúde, 753 pessoas morreram por febre maculosa no Brasil entre os anos de 2012 e 2022

A doença é transmitida pela picada do carrapato-estrela, que transmite a bactéria Rickettsia rickettsii | Reprodução: Internet
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O Instituto Adolfo Lutz confirmou a morte da dentista Mariana Giordano, do namorado dela, Douglas Costa, e de uma jovem de 28 anos em decorrência da febre maculosa nesta semana em São Paulo. Os três estiveram em uma fazenda em Campinas que organiza grandes shows e eventos. O casal morreu subitamente na quinta-feira (8), após ser hospitalizado com febre intensa e fortes dores de cabeça —sintomas que ambos começaram a sentir poucos dias antes.

Segundo informações do Ministério da Saúde, 753 pessoas morreram por febre maculosa no Brasil entre os anos de 2012 e 2022. Durante o mesmo período, o país teve 2.157 casos confirmados, sendo 36% deles registrados em São Paulo. Considerando apenas as mortes, municípios paulistas concentram 62% do total (467 óbitos). Com isso, a região sudeste é a com maior incidência da doença no país. Com os novos casos da doença ganhando força nos noticiários, velhas dúvidas e mitos voltam a pairar sobre o público em geral. Pensando nisso, conheça a seguir os principais fatos sobre essa bactéria.

O carrapato encontrado em cachorro doméstico pode transmitir a doença?

A doença é transmitida pela picada do carrapato-estrela, que transmite a bactéria Rickettsia rickettsii. Ao picar uma pessoa e se alimentar do sangue dela, o carrapato transmite a bactéria por meio de sua saliva. Geralmente, os animais como capivara e cavalos são os hospedeiros desse tipo de carrapato. No entanto, ele também é visto em capim, frestas dos muros e locais com grama alta. Não é comum que cachorros domésticos sejam hospedeiros da praga, no entanto, é necessário uma atenção redobrada caso o animal tenha passado por condições de risco, como locais mais rurais.

A doença se transmite de pessoa para pessoa?

A febre maculosa não passa de pessoa para pessoa - afastando o medo de epidemias como o da covid-19, por exemplo. A doença é transmitida pelo carrapato-estrela, mas não há contágio de pessoa para pessoa. De acordo com diversos especialistas, diante do perfil de transmissão da doença, é pequeno o risco de a bactéria se espalhar por mais cidades.

O que é a febre maculosa?

A febre maculosa é uma doença infecciosa, transmitida pelo carrapato – vetor natural da bactéria que causa a enfermidade. “Esse contato pode ocorrer quando a gente vai em uma região de campo onde tem esse carrapato, ou quando a gente entra em contato com alguns animais, como cachorro, animais silvestres e cavalos, que têm o carrapato”, explica o Dr. Evaldo Stanislau, professor de medicina na Universidade São Judas Tadeu e médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).

Quais os sintomas?

Febre, náuseas, vômitos, cansaço, fadiga e, quando está em estágio avançado, manchas vermelhas no corpo. O período de incubação vai de dois a 15 dias, com manifestações aparecendo, em média, por volta do sétimo dia. A conduta de procurar um médico caso identifique algum desses sintomas é indispensável, pois os sintomas da febre maculosa são muito parecidos com de várias doenças infecciosas. “Então, se a pessoa não alerta ao médico sobre essa sua exposição de risco, a gente vai perder o tempo precioso investigando outras doenças”, adverte o Dr. Evaldo Stanislau.

Tratamento

O tratamento da doença exige um antibiótico específico. Caso seja usado outro medicamento – que até seja bom e forte, como diz o médico – ele não funcionará para tratar a febre maculosa. Por isso, o diagnóstico correto é tão importante. “Esses casos [de mortes por febre maculosa] lamentavelmente servem de alerta para que a gente tenha uma atenção especial e preste mais atenção sobre onde nós vamos e o que nós fazemos”, afirma o professor universitário.

O médico reforça a importância de, ao retornar desses passeios em zonas de risco e notar a presença de sintomas, dizer isso claramente ao médico, pois essa atitude pode fazer toda diferença. “Do contrário, a evolução da febre maculosa pode ser muito grave e frequentemente letal sem o tratamento adequado”, alerta.



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