Jovem de 26 anos morre ao correr maratona; os riscos de exercícios intensos

O jovem tinha costume de correr curtas distâncias, mas aceitou desafio de última hora para percorrer 42 km

A recomendação antes de iniciar qualquer prática de atividade física intensa é fazer um check-up cardiológico | Reprodução: Internet
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Um jovem chamado Bruno da Silva Teixeira, 26 anos, faleceu devido a uma parada cardíaca enquanto participava de uma maratona de rua realizada em Alphaville, em São Paulo, no último dia 5 de junho. A atividade foi organizada pelo grupo empresarial comandado pelo coach Pablo Marçal, que precisou ser resgatado de uma expedição perigosa ao Pico dos Marins, em São Paulo, no começo de 2022. 

A morte do prestador de serviços repercutiu nacionalmente e levantou questões ligadas ao risco de se praticar exercícios intensos sem preparo. Em entrevista ao Jornal O GLOBO, Clara Serbim, melhor amiga de Bruno, revelou que as corridas, organizadas dentro da empresa, para funcionários, é decidida no mesmo dia do evento. A proposta inicial que levou o jovem a óbito seria de correr 21 km, o equivalente a uma meia maratona, mas depois a distância foi dobrada para 42 km, uma maratona inteira. 

O jovem, que estava acostumado a correr distâncias curtas, passou mal nos 15km da corrida, vindo a óbito. “Esse tipo de atividade aumenta a frequência cardíaca, causa alterações hidroeletrolíticas e pode sobrecarregar o organismo como um todo, em especial em indivíduos sem preparo físico prévio adequado”, afirma o cardiologista Marcelo Franken, diretor da Socesp e gerente de cardiologia do Hospital Israelita Albert Einstein em entrevista ao veículo.

Qual o risco de realizar um exercício intenso sem preparo? 

De acordo com especialistas, em casos como o de Bruno, tanto antes quanto durante corridas longas, há o risco de desidratação, deficiência de eletrólitos essenciais, queda de pressão entre outros. Franken aponta que o principal risco de morte durante a está associado a arritmias fatais resultantes de uma alteração cardíaca preexistente desconhecida, a uma isquemia do coração ou ainda arritmias secundárias às alterações nos eletrólitos do sangue.

“Existem estudos mostrando que atletas de final de semana, aquelas pessoas que fazem exercício de intensidade mais alta esporadicamente, como jogar futebol no fim de semana com os colegas de empresa, tem uma incidência de eventos cardiovasculares fatais mais altas do que em pessoas sedentárias”, explica o educador físico Gustavo Cardozo, diretor técnico e científico do CMED - Centro de Medicina do Exercício RJ e membro da Câmara Técnica de Saúde do Conselho Regional de Educação Física do Rio de Janeiro - CREF1.

Qual preparação devo ter para realizar exercícios de alta intensidade?

A recomendação antes de iniciar qualquer prática de atividade física intensa é fazer um check-up cardiológico. Para corridas de longa distância, como a maratona, também é indicada uma avaliação osteomioarticular, que avalia os joelhos, a coluna e outras estruturas do corpo que podem ser sobrecarregadas. Ainda é importante ter um profissional especializado nesse tipo de treinamento. Há também os cuidados necessários durante o evento, como conhecer o limite individual de cada um, manter uma hidratação adequada, utilizar isotônicos e evitar o uso de drogas e substâncias com o objetivo de melhorar o desempenho, como energéticos e esteróides.



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