Sexo pode reduzir efeitos colaterais deste câncer, diz estudo

Os resultados do estudo foram apresentados nesta segunda-feira (2), na Reunião Anual da American Society for Radiation Oncology (ASTRO)

Mulheres com vida sexual ativa após o tratamento de câncer cervical podem reduzir o risco de efeitos secundários | Reprodução: Internet
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Um estudo austríaco revelou que mulheres que fazem sexo regularmente ou utilizam de alguma forma de dilatação vaginal após o tratamento de quimioradiação para o câncer de colo do útero têm um menor risco de enfrentar efeitos secundários da terapia a longo prazo. Os resultados da pesquisa foram apresentados nesta última segunda-feira (2), na Reunião Anual da American Society for Radiation Oncology (ASTRO).

“A cura do colo do útero é sempre a nossa prioridade, e a prevenção e o tratamento dos efeitos colaterais são cada vez mais cruciais”, enfatizou a principal autora do estudo, Kathrin Kirchheiner, que é psicóloga clínica do departamento de radioterapia oncológica da Universidade Médica de Viena, ao site Eureka Alert. “Espero que esta investigação ajude a reduzir o tabu em torno da saúde sexual e torne mais fácil para os médicos discutir estas questões com seus pacientes”, destaca Kathrin.

O tumor no colo do útero é uma das formas mais comuns de tumores entre as mulheres, e geralmente é diagnosticado por volta dos 50 anos. O tratamento padrão para pacientes com a doença localmente avançada envolve radioterapia, quimioterapia e braquiterapia. O avanço na braquiterapia, incluindo o uso de ressonância magnética para precisão na identificação do tumor e administração precisa de radiação, melhoraram significativamente as taxas de cura.

Tratamento pode trazer problemas secundários

Altas doses de radiação próximas à vagina podem causar estenose vaginal (estreitamento da vagina) e mudanças de longo prazo no tecido da região, dificultando exames ginecológicos e causando desconforto durante o sexo. Os médicos frequentemente recomendam a dilatação vaginal regular para mitigar esses efeitos e prevenir a formação de tecido cicatricial, mas não existiam muitos estudos quantitativos sobre o impacto dessa prática.

Sexo pode prevenir estreitamento vaginal

As pacientes que relataram fazer a dilatação vaginal e mantiveram a atividade sexual tiveram o menor risco de estenose vaginal de grau dois (18%), seguidas por aquelas que eram sexualmente ativas, mas não utilizavam dilatação vaginal (23%), e das que usavam dilatação, mas não eram sexualmente ativas (28%). Pacientes que não praticavam dilatação ou relações sexuais regulares tinham maior probabilidade de apresentar estenose moderada (37%).

Em contrapartida, foi observado que a atividade sexual regular e/ou dilatação vaginal estava associada a um risco ligeiramente maior de sintomas genitais leves, como secura e sangramento de grau um. Kathrin ressalta que esses efeitos secundários menores podem ser controlados com medidas como lubrificantes, hidratantes e/ou terapia de reposição hormonal, e que os riscos menores não devem desencorajar as pacientes de praticar a dilatação ou ter relações sexuais, pois as atividades podem ajudar a prevenir problemas mais sérios e irreversíveis.

Ela também mencionou que há espaço para futuras pesquisas explorarem o papel da excitação sexual no processo de cicatrização dos tecidos e na saúde vaginal, dada a vantagem observada da atividade sexual sobre o uso de dilatadores em seu estudo. Kathrin destacou a importância de abordar o tópico com respeito e compreensão, tanto na pesquisa quanto no atendimento aos pacientes.



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