Conhecido por ser incansável, o bloco Boi Tolo — que segundo os foliões, nunca para — parou por volta das 10h por uma causa nobre: encontrar a mãe de uma criança que se perdeu no Centro do Rio. Durante cerca de 20 minutos os músicos deram uma pausa na folia e se sentaram no chão para encontrar a vendedora ambulante Ágata Januário, mãe do pequeno Rafael.
O exemplo foi seguido pelos foliões que também se abaixaram em silêncio e depois começaram a gritar o nome de Ágata até que ela ouvisse o chamado e chegasse ao bloco.
Uma catarse coletiva atingiu o bloco quando a vendedora adentrou o cordão acompanhada pelo marido e encontrou o filho. O momento, provavelmente, foi mais um daqueles que entram para história do carnaval de rua do Rio.
Aliviada após encontrar o pequeno Rafael, Ágata, que ganha R$ 70 por um dia inteiro de trabalho vendendo as bebidas que fazem a onda dos foliões, contou que a criança estava com uma pulseira de identificação mas acabou arrebentando. Ao lado dela, o filho de uma vizinha que Ágata levou para o bloco ostentava a pulseirinha.
— Em um segundo ele sumiu. Senti desespero e agora felicidade. Eu fiquei impressionada com a humildade e a simplicidade desse bloco. Eles pararam de tocar para me encontrar — disse.
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