Roteiro de Dilma Rousseff reforça aliança com o PSB, de Wilson

A presidente Dilma Rousseff (PT) chega hoje ao Piauí para cumprir a primeira de uma série de visitas a Estados do Nordeste. Além do Piauí, Dilma irá visitar Pernambuco, Paraíba e Alagoas. As visitas acontecem após uma reunião entre a presidente e o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, em Brasília. Não por acaso três dos quatro Estados a serem visitados têm governadores do PSB. A exceção é Alagoas, governado pelo tucano Teotônio Vilela Filho.

O jornal ?O Estado de S. Paulo? revelou ontem os bastidores da conversa en- tre Dilma e Eduardo. A presidente disse ao governador que compreende os movimentos do PSB, o crescimento eleitoral da legenda, mas que isso não interfere na relação com o governo. Depois de fazer esse preâmbulo, Dilma disse ao aliado que concorrerá à reeleição e gostaria de continuar contando com o apoio do PSB.

Ainda sem uma posição definitiva sobre a candidatura do PSB, Dilma sai do Planalto e inicia uma série de viagens pelo Nordeste. Além de atender a setores do PT que acham que a presidente deve aproveitar o momento de alta popularidade para capitalizar o apoio das população, esta movimentação também tem como pano de fundo tentar bloquear as queixas dos gestores estaduais quanto ao tratamento dado pelo Governo Federal aos Estados, que dizem que a presidente não tem a mesma atenção que seu antecessor, o ex-presidente Lula, tinha para com o Nordeste.

Apaziguar os ânimos entre as siglas após as brigas recentes entre as duas legendas por conta do último pleito também é outra motivação das viagens. A avaliação é de que o clima tenso e marcado por críticas é um terreno fértil para que prospere a ideia de uma candidatura própria no interior do PSB ou que, caso isto não aconteça, o até agora aliado venha a apoiar algum adversário na disputa presidencial em 2014.

Oficialmente, as agendas contarão com a inauguração de obras federais e a assinatura de novos convênios. Mas mais do que isto, esta movimentação aponta na direção que a disputa eleitoral de 2014 já está a pleno vapor no início de 2013.