Cinthia Lages

Notícias Direto de Brasília

Jornalista amamenta bebê durante sua reportagem para TV e quebra tabus

A repórter da TV Brasil apareceu no vídeo com a filha em matéria que fez alerta sobre importância do aleitamento materno nos primeiros meses de vida

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Por exatos 22 segundos, a imagem de uma mãe amamentando um bebê ilustrou o off ( narração)  da reportagem que alerta para o baixo índice de crianças amamentadas  exclusivamente com  leite materno nos seis primeiros meses, que é de apenas 45%. A diferença é que, pela primeira vez no país, a cena foi protagonizada pela  jornalista autora da reportagem. Manuela Castro, reporter da TV Brasil, emissora do  Governo Federal, gravou sua passagem ( momento em que o reporter aparece no vídeo) enquanto amamentava a filha. " A Júlia mamou até os seis meses, exatamente o período recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Mas eu espero que continue até os dois anos", relata.

Não é pouca coisa no país em que as mulheres enfrentam preconceito por amamentar os filhos. Estudo feio pela Lansinoh Laboratórios revela que 47,5% das brasileiras já sofreram preconceito por amamentar em público. A maioria das mães entrevistadas (98%) afirma que o aleitamento é a melhor forma de cuidar da alimentação dos filhos mas 16,2% consideram o ato em público "constrangedor" e 1,7% dizer ser "errado". Ao longo dos últimos anos,  o país avançou na criação de leis nacionais que coibem as tentativas de constranger o ato mas os casos seguem acontecendo no país.

Em 2015, uma mãe foi constrangida quando estava em um restaurante com o bebê.Em represália, um grupo realizou um mamaço no mesmo local onde ocorreu o episódio. Teresina tem uma legislação que assegura às mulheres, o direito à amamentação . A Lei Nº 4778 , de autoria da vereadora Teresinha Medeiros (União Brasil) determina que estabelecimentos devem "permitir o aleitamento materno em seu interior, independentemente da existência de áreas segregadas para tal fim" e determina aplicação de multa para quem desrespeitar.

No estado do Rio de Janeiro,  a  legislação impede que estabelecimentos como bares, lojas ou restaurantes proíbam a amamentação, sob pena de multa, que pode ir de R$ 1,3 mil a R$ 2,7 mil, em caso de reincidência. A Lei também estabelece que  “independentemente da existência de áreas segregadas para o aleitamento, a amamentação é ato livre e discricionário entre mãe e filho e poderá ocorrer em qualquer local, mesmo onde seja proibido o consumo de alimentos”

SALAS DE AMAMENTAÇÃO

Para estilumar o aleitamento materno, o Ministério da Saúde anunciou que os projetos de construção de Unidades Básicas de Saúde vão incluir salar de amamentação.  Um projeto piloto será executado em unidades que já  funcionam,nos estados do Pará, Paraíba, Distrito Federal, São Paulo e Paraná. A iniciativa visa apoiar mães que trabalham fora, especialmente aquelas que estão no mercado informal e não têm o amparo da legislação.

Segundo a  ministra da Saúde, Nísia Trindade “o aleitamento é comprovadamente responsável pela redução da mortalidade infantil em muitos países, assim como no Brasil.  Nem sempre amamentar é um ato simples. Então estamos avançando nessa agenda que é de atenção especial às mulheres que trabalham e amamentam”. Com as  Salas nas Unidades, que estão mais próximas do local de residência e trabalho, as mulheres terão acesso a local apropriado para retirar, armazenar o leite e receber todo o apoio para dar continuidade à amamentação.

Mesmo abaixo da meta da OMS, que é de 50% até 2025, a  prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses no país é de  45,8%, segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI). Em 1986, o percentual era de 3%, enquanto na década de 1970, o tempo médio da amamentação era de 2,5 anos.

Segundo a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em torno de seis milhões de vidas de crianças são salvas a cada ano por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de vida. O aleitamento tem grande impacto na saúde da criança, diminuindo a ocorrência de diarreias, afecções perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos. Ao mesmo tempo, traz inúmeros benefícios para a saúde da mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário. Estima-se que o aleitamento materno seja capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas preveníveis. 

Com informações do Ministério da Saúde



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