Cinthia Lages

Notícias Direto de Brasília

Perguntamos ao GPT-Chat sobre a polêmica envolvendo Janja. Veja a resposta!

Estudo mostra que primeiras-damas que fogem do papel tradicional são mais atacadas do que as demais

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Eu perguntei para o GPTChat o que achava sobre o assunto do momento no Brasil. Eis a resposta: “a compra de uma gravata da grife Ermenegildo Zegna pela primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, para o seu marido, o presidente Lula da Silva, não é motivo para ataque ou crítica. A escolha de onde gastar o dinheiro pessoal é uma decisão individual e cabe a cada pessoa decidir como gastar seu dinheiro”. O recurso de inteligência artificial criado por um laboratório americano OpenAI ainda completou: “ a escolha da marca de roupas não deve ser usada como uma métrica para medir o desempenho ou a adequação de um líder político ou de suas ações”.

Diferente do robô, mídia e redes sociais mantêm Janja sob fogo cruzado intenso. Os vídeos mostram a primeira-dama Janja da Silva entrando na loja, que fica ao lado do hotel onde o casal está hospedado em Lisboa, e saindo de lá com uma sacola pequena. Neste sábado, ela publicou a foto do presidente usando o acessório e informou que pagou a peça com seu cartão pessoal. As primeiras matérias publicadas sobre o assunto destacavam que a primeira-dama tinha sido flagrada “fazendo compras em loja de luxo”. Desde então, ela está entre os assuntos mais mencionados do Twitter.

Não é a primeira vez que Janja ocupa os Trends. Ela é figura fácil nos TTs desde que foi apresentada como namorada do presidente, que era viúvo. Nas redes sociais, sua aparência é alvo de crítica, assim como a escolha dos figurinos. Também já se viu envolvida em intrigas palacianas e insistentemente é alvo de fakenews. Tem sempre alguém falando que Janja “foge do papel atribuído à função de primeira-dama”. E aí é que está a resposta para a opinião divergente da IA em relação aos jornalistas.

Ao analisar os artigos publicados pelo jornal The Washigton Post nos  100 primeiros dias de governo dos maridos de Hilary Clinton, Michele Obama e Ruth Bush, a jornalista Jazymine E.Butler (2013) concluiu que o tratamento dado às primeiras-damas que não se enquadram no modelo tradicional é negativo. E mesmo mulheres como Hilary Clinton, que, durante a campanha do marido, Bill, foi apresentada como alguém escaparia do lugar que é reservado às ocupantes da Casa Branca, foram trazidas de volta para o papel tradicional nos artigos analisados. Mais da metade das matérias escritas sobre ela remetia a temas como roupas, jardinagem e decoração. “A ideia de que o The Washington Post enquadra as primeiras-damas negativamente se elas agirem fora do papel tradicional da feminilidade não é surpreendente, como indicam estudos esta é a forma como as mulheres poderosas são retratadas pela mídia”, conclui a pesquisadora

Há várias maneiras de “devolver” as primeiras-damas ao lugar que a sociedade quer impor a elas. Na França, os críticos se referem à professora de Literatura Brigite Macron, como “senhora Macron”, na tentativa de invisibizá-la. O reducionismo conta com a ajuda dos apelidos que também cumprem a função. Nancy Reagan era “Rainha Nancy” e Mellanie Trump “Melanie Antonieta”, alcunhas que as associavam ao estilo luxuoso de roupas e joias. Após a compra da gravata de Lula, o jornalista brasileiro Caio Blinder lançou um apelido para a atual primeira-dama brasileira “Micheque e Janna Esbanja são excelentes apelidos. E saudades de dona Ruth”, tuitou, comparando à discreta ex-primeira-dama Ruth Cardoso.

De novo, a Inteligência Artificial ensina que “apelidos pejorativos para mulheres em postos de poder é completamente inadequado e desrespeitoso. Isso não apenas perpetua estereótipos prejudiciais de gênero, mas também desvia a atenção do trabalho e das realizações dessas mulheres, focando em características irrelevantes e muitas vezes ofensivas”. Em resposta ao meu questionamento sobre a alcunha lançada pelo jornalista, conclui “em vez disso, devemos valorizar as mulheres em posições de liderança com base em suas habilidades, experiências e realizações, independentemente de seu gênero”



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