Em uma das cenas de 1985, filme ganhador do Globo de Ouro e postulante ao Oscar na categoria de Filme Internacional, durante a sessão de julgamento dos militares acusados de torturar e matar centenas de pessoas durante a ditadura argentina, um grupo de mulheres presentes no Tribunal foi avisado de que não poderia usar lenços brancos sobre a cabeça porque o acessório seria uma manifestação política. Era uma referência às "mães da praça de maio", mulheres que, em 1977, iniciaram um protesto pela busca dos filhos desaparecidos. O movimento, que começou com apenas 14 mães e seus lenços brancos, sobrevive ainda hoje, 46 anos depois, quando muitas procuram agora pelos netos. Ontem, durante sua passagem por Buenos Aires, o presidente Lula visitou as "Mães e Avós da Praça de Maio", referência ao local onde o primeiro protesto foi feito.
Uma das lições do movimento é não deixar cair no esquecimento. No ano passado, as avós comemoraram a localização do 131º neto localizado. O rapaz nasceu quando a mãe, Lucía Ángela Nadín estava sequestrada pelos militares. No Brasil, após os atos golpistas de 8 de janeiro, há parte dos políticos, incluindo aliados ao presidente, que defende o esquecimento dos crimes que tenham sido cometidos por militares que apoiaram ou participaram dos ataques aos prédios símbolos da República. O esquecimento seria em nome de uma suposta "pacificação" das Forças Armadas.
Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link
Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link
Baixe nosso app no Android, clique neste link
Baixe nosso app no Iphone, clique neste link