A Advocacia-Geral da União (AGU) acaba de solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) que envie apenas um trecho do vídeo de uma reunião entre presidente Bolsonaro e ministros solicitado pela corte para as investigações do inquérito que apura suposta interferência do presidente da República na Polícia Federal (PF).
Veja o documento assinado pelo ministro José Levi Mello com o pedido no link logo abaixo.
O ex-ministro Sergio Moro, em depoimento à Polícia Federal no último sábado (02), citou que Bolsonaro em reunião do Conselho Ministerial no dia 22 de abril o pressionou para fazer trocas na PF, especificamente, na superintendência do Rio de Janeiro e na Diretoria-Geral. Caso as mudanças não fossem feitas, o presidente demitiria o então ministro da Justiça e diretor-geral, Maurício Valeixo.
As reuniões do Conselho são sempre gravadas e ficam disponíveis no arquivo do Palácio do Planalto.
Ontem (06), a Advocacia-Geral da União, defesa do governo, apresentou um outro pedido ao ministro Celso de Mello, do STF, para que reconsiderasse a entrega da gravação da reunião de Bolsonaro com o ex-ministro Sergio Moro com o argumento de que o encontro tratou de assuntos sensíveis do Estado, inclusive de relações exteriores.
Bolsonaro, em entrevista nesta semana, falou que não pediu nada ilegal a Moro na reunião: "ele disse que eu pedi em uma reunião de ministros. Uma reunião de ministros. A gente ia pedir algo ilegal? Não peço ilegal nem individualmente, que dirá em forma coletiva".
No dia 24 de abril, o presidente da República falou à imprensa que não teria problema em divulgar o vídeo da reunião, que até já teria mandado colocar legenda, mas no dia 30 voltou atrás e disse que foi aconselhado a não divulgar o conteúdo.
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