Rany Veloso

Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

Governadores e Lula lançam Carta de Brasília e criam Conselho permanente

Democracia, Pacto Federativo e gestão compartilhada foram os pontos chave debatidos no encontro. Uma Comissão será criada para discutir a recomposição das perda do ICMS dos combustíveis.

| Ricardo Stuckert
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Por Rany Veloso

O encontro entre Lula e os 27 governadores hoje (27), no Palácio do Planalto, em Brasília, resultou na criação do Conselho da Federação com a participação dos governadores e prefeitos. A entidade política será permanente e irá debater as pautas em comum, tendo como prioridade o combate à fome, acesso à saúde e à aprendizagem.

“O Conselho da Federação é um instrumento único e inovador para discutirmos as agendas em comum entre os entes federativos e enfrentar os desafios que o Brasil tem pela frente”, disse o ministro Alexandre Padilha, titular da Secretaria de Relações Institucionais. 

Foto: Ricardo Stuckert

Outra decisão fruto do econtro é a instação de uma Comissão para discutir a recomposição das receitas após as perdas de arrecadação do ICMS (imposto estadual) sobre os combustíveis. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será o responsável pela condução. Em uma carta intitulada como Carta de Brasília, eles pactuaram respeito à democracia e o fortalecimento do Pacto Federativo.

CONSELHO DA FEDERAÇÃO VAI UNIR GOVERNO FEDERAL, GOVERNOS ESTADUAIS E PREFEITURAS

O Conselho da Federação será formado pelo presidente da República, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha, um representante do Fórum dos Governadores, seis representantes dos governos estaduais através dos  Consórcios de cada região e seis representantes das entidades nacionais dos municípios, dentre elas a Frente Nacioconal dos Prefeitos, Confederação Nacional dos Municípios e a Associação Brasileira dos Municípios.

10 MIL OBRAS PARADAS

O ministro Alexandre Padilha anunciou o calendário oficial do plano de investimentos para encaminhamento de obras prioritárias e estruturantes nos estados e municípios e o fechamento dos pontos após reuniões bilaterais.

“A primeira diretriz é apresentação de propostas para a retomada das mais de 10 mil obras que estão paralisadas no país como nas áreas da saúde, habitação e educação. A era do conflito federativo acabou. Vamos construir um plano de investimento, valorização e respeito entre as federações e instituições”, disse.

GOVERNADORES QUEREM A COMPENSAÇÃO DAS RECEITAS

Os principais pontos do primeiro encontro oficial, foram compensação aos estados pela perda de arrecadação do ICMS, a Reforma Tributária e as obras prioritárias de cada estado. Rafael Fonteles, governador do Piauí, apresentou o Intermodal do Vale do Parnaíba, que integra uma obras de infraestrutura para construção de rodovias, ferrovia e hidrovia.

Na abertura, Lula discursou dizendo que pretende voltar à normalidade na relação com os governadores e por isso não irá vetar as reivindicações dos que não o apoiaram nas eleições. Ele também falou sobre o fim da disseminação do ódio e recuperação da democracia.  

"Não há, da parte do presidente da República e do vice-presidente da República, nenhum veto a qualquer companheiro ou companheira que queira conversar. A porta desse Palácio estará aberta a todo governador ou governadora que tiver uma demanda que precisa ser discutida com o Governo Federal. Nós iremos tentar mostrar ao Brasil que governar de forma civilizada é muito importante para que a gente possa reencontrar a paz neste país", destacou Lula.

VEJA A CARTA DE BRASÍLIA NA ÍNTEGRA

Em reunião realizada hoje, 27 de janeiro de 2023, entre os vinte e sete Governadores e Governadoras dos Estados e do Distrito Federal com o Presidente da República, reafirmamos nosso compromisso com o estado democrático de direito e com a estabilidade institucional e social do país.

A democracia é um valor inegociável. Somente por meio do diálogo que ela favorece poderemos priorizar um crescimento econômico com redução das nossas desigualdades e das mazelas sociais que hoje impõem sofrimento e desesperança para uma parcela significativa da população brasileira.

O encontro de hoje ratificou o desejo de todos para que o pacto federativo funcione em um ambiente cooperativo e eficiente para superarmos os entraves econômicos e para lidarmos com as grandes necessidades do povo brasileiro. 

Por meio dos Consórcios Públicos, buscaremos resgatar as ferramentas de políticas públicas que facilitem uma gestão compartilhada dos recursos públicos entre a União, Estados e municípios, e que favoreçam o desenvolvimento regional.

Juntos criaremos um Conselho da Federação. Nele terão assento representantes da União, dos Estados e dos municípios visando definir uma agenda permanente de diálogo e pactuação em torno de temas definidos como prioritários pelos entes federados.

Todos os nossos esforços serão orientados pela agenda do desenvolvimento para superarmos o desemprego, a inflação, a fome e a pobreza em uma agenda integrada e negociada permanentemente.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES