Rany Veloso

Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

Governadores são criticados por enviarem carta a Joe Biden

Senadores da base do governo dizem que somente o presidente tem soberania para acordos internacionais entre nações

| Marcos Corrêa/ PR
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Por Rany Veloso

Em Brasília, muitos entenderam o gesto dos governadores como uma tentativa de passar por cima da autoridade do presidente Bolsonaro. O blog entrou em contato com senadores do Piauí. Elmano Férrer (PP) acredita que os estados não têm soberania nacional e somente o presidente pode selar acordos internacionais no que diz respeito à nação.

Ciro Nogueira (PP) respondeu diretamente ao governador Wellington Dias (Piauí) jogando para outros problemas no estado e acusa dias de falta de pagamento do Plamta e calote às prefeituras pela falta de co-financiamento. "Só acho que teria muito mais efetividade ao povo do Piauí ele pagar o Plamta e repassar aos municípios, porque não está repassando esses recursos que são muito importantes para o atendimento à população no estado do que ficar mandando carta para os Estados Unidos e Secretário-Geral da ONU".

O senador Marcelo Castro (MDB) até o momento desta publicação não respondeu o blog. 

ENTENDA EM ANÁLISE A ESTRATÉGIA DOS GOVERNADORES E DE BOLSONARO

24 dos 27 governadores do Brasil assinaram a carta enviada ao presidente dos EUA Joe Biden, na qual eles pedem apoio ao governo americano em ações de proteção ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Os governadores de Rondônia, Roraima e Santa Catarina foram os únicos que não assinaram.

O documento foi entregue nesta terça (20) pelos governadores Hélder Barbalho, do Pará, e Paulo Câmara, de Pernambuco, após reunião remota com Todd Chapman, o embaixador dos EUA no Brasil.

A ideia é fechar acordo direto com os EUA sem intermediação do governo brasileiro. É visto pela parte dos governadores como uma tentativa de se contrapor no cenário internacional a Bolsonaro, que sofre críticas de outros presidentes, ONGs e outras entidades da sociedade civil.

Todd Chapman disse nas redes sociais que os governadores são essenciais no alcance de metas.

Recentemente, Bolsonaro também enviou carta a Biden se comprometendo com o fim do desmatamento ilegal até 2030. Mas diante dos novos fatos e cobranças do próprio Biden, que quer ações concretas e cronograma com datas para começar ainda neste ano, o presidente brasileiro foi aconselhado por ministros a apresentar metas em curto prazo para a redução do desmatamento até 2022.

A cúpula do Clima, organizada pelo governo americano, começa amanhã (22) com a participação de 40 líderes mundiais responsáveis por 80% da emissão dos gases do efeito estufa. Só os EUA têm 15% de contribuição. 

As políticas de mudança climática foram bandeiras defendidas durante a campanha de Biden e que ele promete cumprir. 

O ministro do Meio Ambiente no Brasil, Ricardo Salles, pediu ajuda de R$ 1 bilhão para os EUA, que já afirmou contribuir financeiramente quando tiver resultados na política ambiental brasileira,

Na semana passada, o delegado Alexandre Saraiva, da Polícia Federal, apresentou uma notícia crime no Supremo Tribunal Federal contra o Salles por ajudar madeireiros que atuam de forma ilegal na Amazônia. Saraiva, no mesmo dia, foi transferido de estado pelo novo diretor-geral da PF, Paulo Maiurino.



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