Rany Veloso

Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

Resumo da CPI: Dominguetti confirma propina do governo e acusa Luís Miranda

Alguns senadores pediram a prisão do depoente, mas o presidente Aziz negou o pedido.

| Pedro França/ Agência Senado
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Por Rany Veloso

Contrariados com a ausência de Francisco Maximiano, representante da Precisa Medicamentos, que intermediou o contrato da Covaxin, alguns senadores insinuaram que a Polícia Federal foi usada para evitar depoimento. Um inquérito foi instaurado ontem (30) no qual Maximiano é investigado, e nessa condição recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que concedeu o direito de ficar calado para não produzir provas contra si. 

Mas o foco na sessão da CPI desta quinta continuou sendo a suspeita de corrupção na compra de vacinas. O deponte, cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, Luiz Dominguetti, que estava atuando como vendedor autônomo da empresa Davati, confirmou a tentativa de negociação de propina pelo então servidor do Ministério da Saúde Roberto Dias para que a compra fosse liberada. O policial diz que o pedido de "um dólar por vacina" foi feito exclusivamente por Dias. Seriam 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca oferecidas. Dominguette disse ter participado de três reuniões no Ministério da Saúde. 

Questionado se algum parlamentar participou da suposta fraude, Dominguetti reproduziu um áudio do deputado Luís Miranda (DEM-DF), que denunciou outra possível irregularidade no contrato de compra da vacina indiana Covaxin, em depoimento à CPI na semana passada. Para o depoente, Miranda também intermediava a compra de imunizantes.

O áudio colocou um ponto de interrogação sobre a oitiva, o presidente Omar Aziz não poupou o bate-boca, "chapéu de otário é marreta".

O efeito foi imediato. Luís Miranda praticamente invadiu a sala da CPI, chamou Dominguetti de mentiroso, insinuou que ele seria um "cavalo de troia" enviado pelo governo e pediu a prisão dele. O deputado aproveitou para dizer que há um grande esquema de desvio de dinheiro no Ministério da Saúde.

"A intenção é clara, desde o princípio, é descredibilizar as testemunhas, as testemunhas que, de fato, trouxeram evidências que existe, sim, corrupção dentro do Ministério da Saúde. E por isso que desde o princípio que iniciaram esse processo que eu venho recebendo denúncias diariamente, eu virei um para-raio de denúncias sobre crimes cometidos dentro do Ministério da Saúde e alguns da base do governo tentam encobrir esses crimes para evitar o maior escândalo que já ocorreu no Brasil", disparou Miranda.

O celular de Dominguetti foi apreendido para perícia, mas a prisão foi negada por Omar Aziz, presidente da CPI. Para o senador, o policial foi usado pelo representante legal da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho, pois foi ele quem repassou o áudio fora do contexto para o depoente.

Governistas e oposição ainda têm dúvida sobre o que Dominguetti falou. E boa parte acredita que ele seja uma testemunha plantada para descredibilizar o depoimento dos irmãos Miranda e tirar o foco das denúncias. Os senadores Randolfe Rodrigues e Rogério Carvalho encontraram posts de Dominguette defendendo Bolsonaro. Agora, o G7 estuda uma acareação entre Dominguetti e Cristiano Carvalho.



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