“Deixei de ler redes sociais”, diz Regina Sousa sobre preconceito no cargo

Se despedindo da chefia do Poder Executivo nos próximos dias, a governadora Regina Sousa (PT) concedeu entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 28 de dezembro, no Palácio de Karnak. Elevando o social como o grande legado da sua administração, a mandatária ainda pontuou para o preconceito que sofreu durante os meses em que esteve no comando do Estado, admitindo que deixou de ler os comentários das redes sociais. 

"Eu deixei de ler a rede social, pois era muita agressão, e eu só posso atribuir a isso ou ao racismo, ou minha origem, muitas pessoas não aceitam as pessoas de origem humilde ascender ao Poder. Os saudosos dos tempos do Império, da escravidão, tem saudades disso, e esperam com muito mais naturalidade que antigamente", disse. 

"Deixei de ler redes sociais", diz Regina Sousa sobre preconceito no cargo (Foto: Francy Teixeira)

A petista destacou o programa de moradia social, em que é concedido crédito para que os mais vulneráveis construam ou reformem suas casas, permanecendo, exceto se for área de risco, no lugar que já habitam, mantendo a ligação e o pertencimento. 

"Tenho um pé na comunidade, conheço muito as comunidades, sei da carência de cada uma. Tem muito o que fazer, não é só comida é a questão do isolamento, é preciso que a gente estabeleça prioridades. Moradia é uma grande questão, moradia social que chamo, vamos tentar viabilizar como um modelo para o Brasil. Ontem, entreguei um conjunto de 24 casas em União, que é a moradia social, que chamamos, é um modelo que eu criei, que eu pensei, discutindo com pessoas, consegui fazer várias". 

Regina reverberou que esse será o principal pleito que atuará junto ao futuro ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT). 

"A gente coloca 20 mil reais para reforma e tem gente que consegue fazer a casa, fiquei encantada lá num quilombo de Piripiri, a família chorando, pois conseguiu fazer a casa, eu acho que é o programa ideal fazer o programa lá onde as pessoas moram. A gente tira as pessoas da zona Sul e coloca na zona Norte, é um mundo novo, e ela não se acostuma. Não cumpre a função social, é construir onde a pessoa mora, onde os filhos dela convivem. Para mim esse é o principal programa". 

Com a missão de assumir a Secretaria de Assistência Social (Sasc) em janeiro, Regina Sousa indica que trabalhará pela questão do acesso à água.  "Claro que tem a água também. Vamos trabalhar esse pilar, a comida, a moradia e a água".