Memória

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Alemães afundam navio Tamandaré e levam Brasil à Segunda Guerra

O incidente acabou por causar a morte de quatro dos 52 tripulantes a bordo. Três outros marinheiros ficaram feridos

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A data de hoje foi definitiva para que o Brasil declarasse guerra à Alemanha, ingressando, assim, de maneira irreversível na 2ª Guerra Mundial. A decisão de por fim à neutralidade diante dessa conflagração, deu-se em decorrência de uma enorme agressão sofrida pelo Brasil. Neste dia, em 26 de Julho de 1942 ( hoje completando exatos 80 anos), o navio mercante brasileiro Tamandaré, pertencente ao Lloyd Brasileiro, foi afundado por um submarino alemão.

O incidente acabou por causar a morte de quatro dos 52 tripulantes a bordo. Três outros marinheiros ficaram feridos. O Tamandaré foi o 12º navio brasileiro atacado pelos submarinos do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial, e teve seu nome assim batizado em homenagem a Joaquim Marques Lisboa, militar brasileiro, mais conhecido como Almirante Tamandaré.

Alemães afundam navio Tamandaré e levam Brasil à Segunda Guerra - Foto: Reprodução

Imediatamente após o ocorrido, o governo do Brasil lançou esse comunicado: “O “Tamandaré” é o décimo segundo navio nacional afundado, covardemente, pelos submarinos totalitários — A unidade de Lloyd brasileiro foi torpedeada do neste dia 26 , nas proximidades de Trinidad – Sacrificados quatro dos nossos marujos e feridos mais três marinheiros patrícios – Salvos quarenta e oito dos seus tripulantes.” “(…)

“Navegando em pacíficas missões de comércio continental, foram os nossos barcos afundados e assassinados inúmeros dos nossos patrícios marinheiros, desprovidos do menor instrumento de defesa. A’ surpreza da brutalidade agressora correspondeu, sem dúvida à reação imediata dos sentimentos mais profundos e sinceros da coletividade nacional. (…)”

Tendo Getúlio Vargas como Presidente da República, o Brasil declararia guerra ao Eixo em agosto de 1942, após alguns submarinos alemães afundarem navios brasileiros. A preparação militar brasileira iniciou-se com a organização da Força Expedicionária Brasileira(FEB), formada por uma divisão de infantaria composta por 25 mil homens, conhecidos como pracinhas, que combateram sob as ordens do Alto Comando Aliado, como o fez também a Força Aérea Brasileira (FAB). Os combates de solo ocorreram na Itália contra tropas alemãs de segunda linha, mal equipadas e desabastecidas. Já a FAB lutou contra os aviões alemães nos céus da Itália e da Holanda.

Outras formas de apoio brasileiro foram verificadas. No aspecto logístico do conflito mundial, o Brasil cedeu partes do litoral nordestino para a instalação de bases militares (Belém, Natal, Recife, Salvador e outras) devido à importância estratégica dessa região, projetando-se em direção à África. Houve também a cooperação produtiva, com o fornecimento de matérias-primas como borracha e minério de ferro.

Era a primeira vez que tropas latino-americanas combatiam em um importante conflito em solo europeu, e os pracinhas conseguiram um satisfatório desempenho, criando as condições para serem tratados como heróis em sua volta ao país. A II Guerra Mundial trouxe ainda outras consequências para o Brasil. Além de Volta Redonda, Vargas conseguiu créditos para recuperação de jazidas de ferro e da ferrovia Vale do Rio do Doce. Entretanto, o combate às ditaduras europeias iria suscitar críticas à sua própria ditadura em solo brasileiro.



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