Memória

Coluna sobre fatos históricos, acontecimentos e pessoas que marcaram a história da humanidade

Anne Frank, mártir do holocausto, morre no campo de concentração

Morreu no campo de concentração nazista de Bergen-Belsen, abatida pela febre tifoide e por profunda inanição

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Embora existam dúvidas sobre a data certa da morte de Anne Frank, as pesquisas mais consistentes baseadas em documentos da época demonstram que foi em 12 de março de 1945 que a vida da mais simbólica e mais conhecida mártir do holocausto teve fim. Morreu no campo de concentração nazista de Bergen-Belsen, abatida pela febre tifoide e por profunda inanição.

As condições do local eram precaríssimas, de extrema miséria. Não havia comida e o frio era intolerável. Anne e sua irmã, Margot, contraem tifo, que seria fatal. Margot morre primeiro, depois a própria Anne, ambas nesse período entre final de Fevereiro e metade de março.

Quando foi presa junto com outras duas pessoas num esconderijo que seu pai, Otto, montara na Holanda invadida pelos nazistas, Anne foi inicalmente deportada para o campo Auschwitz. Antes passou pelo serviço de inteligência alemã na prisão em Amsterdan e pelo trânsito de Westerbork.

Na viagem no combio para Auschwitz-Birkenau, na Alemanha, Anne e mais de mil pessoas fizeram uma viagem de 3 dias apertadas em vagões de transportar gado.

Chegando em Auschwitz, os médicos nazistas avaliaram quem podia ou não ser submetida a trabalho forçado pesado. Cerca de 350 pessoas que viajavam com Anne foram imediatamente mortas nas câmeras de gás. Anne, sua irmã e sua mãe, junto com outras pessoas, foram enviadas para o campo de trabalho para mulheres. Seu pai, Otto, foi separado da família e mandado para um campo de concentração para homens.

De todas as pessoas que se escondiam no lugar secreto montado pelo pai de Anne, apenas Otto, sobreviveu aos horrores da guerra, mesmo tendo passado por campos de concentração e extermínio.

Quando os nazistas invadiram o esconderijo e prenderam Anne e sua família, levaram o que encontraram de documentos e objetos. Mas restou alguma coisa que eles não conseguiram levar: um caderno com os manuscritos de Anne Frank, no qual ela relatava sua vida, seu dia-a-dia, seu sofrimento, o sofrimento de sua família, o medo, e os horrores praticados pelos nazistas contra os judeus durante a Segunda Guerra. Fazia também registros de como encarava o mundo, seus sentimentos, sua compreensão sobre amor e resistência.

AnneAnne Frank nasceu a 12 de junho de 1929 na cidade alemã de Frankfurt. Tem uma irmã, Margot, que era cerca de três anos mais velha. A situação na Alemanha não era a melhor: havia poucos empregos e muita pobreza. E é nesse cenário que Adolf Hitler e o seu partido recebem o apoio de um número crescente de adeptos. Hitler odiava os judeus, culpando-os pelos problemas do país, e deu voz aos sentimentos anti-semitas que prevaleciam na Alemanha.

Por causa desse ódio aos judeus e da má situação do país, os pais de Anne, Otto e Edith Frank, decidem mudar-se para Amesterdão. Aí, Otto fundou uma empresa que comercializava pectina, um agente gelificante para a preparação de geleias. 

Anne sente-se, desde logo, em casa na Holanda. Aprendeu a língua, fez novos amigos e frequenta uma escola holandesa no bairro. Seu pai trabalhou arduamente para fazer prosperar o negócio, mas não foi fácil. Otto tentou também montar um negócio em Inglaterra, no entanto não teve sucesso. Acabaria por encontrar uma solução ao vender ervas e especiarias, além da pectina.

A 1º de setembro de 1939, quando Anne tem 10 anos, a Alemanha nazista invade a Polônia: começa a Segunda Guerra Mundial. Passados uns meses, a 10 de maio de 1940, os nazis também invadem a Holanda. Cinco dias depois, o exército holandês rendeu-se. Aos poucos, mas de forma inexorável, os ocupantes introduziram leis e regulamentos que tornaram a vida dos judeus mais difícil. Parques, cinemas e lojas não-judaicas, entre outros locais, estavam proibidos aos judeus. Por causa destas regras restritivas, eram cada vez menos os lugares onde Anne podia ir. O seu pai perde o seu negócio, uma vez que já não é permitido aos judeus terem empresas próprias. Todas as crianças judias, incluindo Anne, tiveram que ir para uma escola judaica separada.

Pelo seu décimo terceiro aniversário, pouco antes de passar a viver no esconderijo, Anne recebe um diário de presente. Durante os dois anos em que permanece escondida, Anne escreve sobre o que se vai passando no Anexo Secreto, mas também sobre o que sente e pensa. Além disso, escreve histórias curtas, começa um romance e anota passagens de livros que lia no seu “Livro de Belas Frases”. Escrever ajudou-a a aguentar os dias. Quando o Ministro da Educação do governo holandês no exílio, na Inglaterra, fez um apelo na Radio Orange para se manter diários e documentos de guerra, Anne tem a ideia de reescrever os seus diários individuais numa única história, com o título ‘Anexo Secreto’.

Único da família a sobreviver, Otto, tomando conhecimento dos manuscritos contidos no diário, compreende que Anne queria se tornar escritora ou jornalista e pretendia publicar as suas histórias sobre a vida no Anexo Secreto. Uns amigos convencem Otto a publicar o diário e a 25 de junho de 1947 é publicado “O Anexo Secreto”, numa edição de 3000 exemplares.

E não ficou por aí: o livro se transformaria no mais contundente e emocionante libelo contra as atrocidades dos nazistas e seus campos de concentração e extermínio, e seria traduzido para cerca de 70 línguas e adaptado para teatro e cinema. Pessoas de todo o mundo vieram conhecer a história de Anne e, em 1960, o esconderijo torna-se um museu: a Casa de Anne Frank. Otto continuou estreitamente envolvido com a Casa de Anne Frank e o museu até sua morte, em 1980, aos 91 anos de idade. Ele esperava que os leitores do diário tomassem consciência dos perigos da discriminação, do racismo e do ódio contra os judeus.



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