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Após 24 anos, morte de PC Farias e namorada segue misteriosa

Por Memória

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Nesta data, em 23 de Junho de 1996, o empresário Paulo César Farias, ex-tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor de Mello, foi achado junto ao corpo da namorada em casa de praia Guaxuma, em Maceió. Tanto PC Farias, quanto sua namorada Suzana Marcolino, foram encontrados mortos na cama, ambos com tiros no peito. Suzana tinha 28 anos de idade. Paulo César contava 50 anos.

Esse foi, até hoje, um dos crimes de maior repercussão no Brasil, pois PC Farias era amigo e homem de confiança do ex-presidente da República, tornando-se peça-chave dos escândalos que envolveram Collor e que culminaram com o impeachment que o levou à renúncia. 

A polícia trabalhou com a hipótese de crime passional: Suzana teria atirado em PC e se suicidado. O secretário Rubens Quintela (Justiça) admitiu a possibilidade de "queima de arquivo". Para Augusto Farias, irmão de PC, ele "sabia muita coisa e por isso pode ter sido assassinado".

Tesoureiro da campanha de Fernando Collor, PC foi condenado por falsidade ideológica e estava em liberdade condicional. Investigações sobre esquema de corrupção montado pelo empresário levaram ao impeachment em 92. PC deporia sexta no Supremo.

Acervo O Globo

O crime até hoje segue sem esclarecimento, em meio a muitas controvérsias e as mais diversificadas teorias. Segundo o secretário de Segurança Pública de Alagoas, à época, coronel Azevedo Amaral, a autópsia confirmou a existência de pólvora na mão da namorada de PC - um indício de que ela foi a autora do disparo que o matou. Mas, na opinião do diretor-técnico do Instituto de Criminalística de São Paulo, José Barth, "o fato de a pólvora estar na mão da vítima não é prova determinante".

Para a polícia alagoana, Suzana matou PC com um tiro no peito, que perfurou os dois pulmões. PC teve morte súbita. A polícia crê que Suzana matou PC enquanto ele dormia e, em seguida, sentou-se na beira da cama e atirou contra o próprio peito. Eles namoravam havia um ano e quatro meses.

PC havia obtido a liberdade condicional em 28 de dezembro de 95. Um dos irmãos de PC, Luís Romero, foi cauteloso sobre as versões para o crime: "Paulo César era uma figura emblemática e por isso deve-se manter cautela e esperar as autoridades fazerem o seu relato".

Segundo o irmão, "Paulo César não vinha sofrendo ameaças e a família sabia muito pouco do relacionamento com a namorada". "Todo crime sem testemunha ocular leva a política a admitir todas as hipóteses, inclusive a de queima de arquivo, apesar de a possibilidade de crime passional ser a mais forte no momento", afirmou o secretário de Justiça de Alagoas, Rubens Quintela, 72.

Por determinação do ministro da Justiça, Nelson Jobim, a Polícia Federal entrou nas investigações. Segundo Bergson Toledo, superintendente da PF em Alagoas, a determinação do ingresso da PF no caso foi tomada devido aos processos e inquéritos que PC respondia, todos de ordem federal.

Quase três anos após o afastamento de Collor, PC não havia se livrado das acusações de montar um esquema de corrupção. PC era considerado e se considerava um "arquivo vivo" do país. Apesar de dizer que a causa mais provável das mortes tenha sido passional, a polícia vai investigar a possibilidade de o assassinato de PC ter vinculações políticas.

Arquivo/ Reprodução UOL

PC trabalhava quatro horas semanais na Secretaria de Justiça de Alagoas. Era parte da pena por sua condenação, pelo STF, a sete anos de prisão por falsidade ideológica.

"Falar em queima de arquivo é um delírio. O Paulo César vinha provando que não praticou nenhum ato de corrupção", disse Nabor Bulhões, advogado de PC. O corpo de PC foi encontrado pelos cinco seguranças de sua casa de praia. PC havia pedido que fosse acordado às 11h. Como nem PC nem Suzana atenderam aos chamados dos seguranças, eles arrombaram a porta e encontraram os corpos.



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