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Choque de dois aviões na pista, em Milão, deixa 118 pessoas mortas

Parentes das vítimas ficaram aguardando o resgate dos corpos em uma sala do aeroporto

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Um grave acidente aéreo, consequência do choque de dois aviões no aeroporto de Linate, em Milão (Itália), causou a morte de 118 pessoas -todos os que estavam a bordo nas duas aeronaves e mais quatro funcionários na pista.

O acidente aconteceu no dia 08 de Outubro de 2001, quando uma pequena aeronave particular invadiu a pista de onde se preparava para decolar um MD-87, da companhia aérea escandinava SAS, e colidiu com o avião de passageiros.

Após a colisão, o avião da SAS, que estava a aproximadamente 300 km por hora e prestes a decolar, deu um giro de 45º e avançou até o hangar que armazenava bagagens do aeroporto.

Em seguida, a aeronave explodiu e se transformou em uma "imensa bola de fogo", segundo a descrição de testemunhas do acidente.

Parentes das vítimas ficaram aguardando o resgate dos corpos em uma sala do aeroporto, longe da imprensa e de curiosos. Autoridades italianas descartaram a possibilidade de ataque terrorista.

A tragédia -o pior acidente na aviação civil italiana em 30 anos- está sendo atribuída à combinação de falha humana e de baixa visibilidade provocada pela neblina pesada.

Houve relatos emocionados. A sueca Ritva Karjalauta contou que mal se despedira de seu filho Jan e de seu neto Alex, que embarcaram no avião da SAS havia alguns minutos, quando ouviu três explosões. "Imediatamente entendi o que havia acontecido", disse ela aos jornalistas, chorando desesperadamente.

A atriz dinamarquesa Brigitte Nielsen, ex-mulher do ator norte-americano Sylvester Stallone, conseguiu escapar do acidente.

A atriz estaria a bordo do avião da SAS, mas, na última hora, cancelou sua ida a Copenhague a fim de participar de um programa da TV italiana. "Não sei o que dizer, estou emocionada", afirmou Nielsen à agência "Ansa".

Cessna Citation CJ2 semelhante à aeronave que se envolveu no acidente

O vôo da SAS partia de Milão para Copenhague, capital da Dinamarca. Transportava 104 passageiros e seis tripulantes. A bordo do pequeno Cessna, que se dirigia a Paris, estavam quatro pessoas -o piloto e o co-piloto, de origem alemã, e dois executivos italianos, entre eles o representante da Cessna na Europa.

Autoridades italianas iniciaram imediatamente as investigações para determinar as causas do acidente, mas já existem algumas suspeitas. Aparentemente, a aeronave particular pegou a direção errada enquanto o piloto manobrava na pista.

Falou-se ainda na suspeita de que o piloto do Cessna tenha tentado cortar caminho até a pista de onde iria decolar. Especialistas afirmam ainda que, por serem de origem alemã, piloto e co-piloto não estavam familiarizados com o aeroporto de Linate.

SE-DMA - Aeronave que se envolveu no acidente

O ministro dos Transportes italiano, Pietro Lunardi, visitou o local da tragédia. Lunardi descartou a hipótese de atentado e afirmou que o acidente havia ocorrido por causa de falha humana. O ministro italiano disse que havia sido impossível resgatar os passageiros ainda com vida. "As equipes de resgate iniciaram seu trabalho imediatamente, mas foi impossível salvar alguém no avião. Todos já estavam mortos."

Há indícios de que o piloto do SAS, que já se preparava para decolar, tentou interromper sua rota, mas foi tarde demais. "O pequeno avião não estava onde devia estar quando houve a batida", afirmou Roberto Arditti, porta-voz do ministério do Interior. "Houve falha humana, mas a neblina pesada no aeroporto também contribuiu para provocar o acidente. Pode ter causado confusão no piloto."

O sistema de radar do aeroporto estava sem funcionar havia meses. Por essa razão, o sindicato de pilotos da Itália afirmou ontem que o acidente poderia ter sido evitado. Mas as autoridades atribuem a falha ao piloto do Cessna. O avião taxiava na pista, apesar de as regras do aeroporto proibirem manobras como essa em períodos de visibilidade ruim.

A tragédiade 08 de outubro de 2001, em Milão, ocorreu em um momento adverso para o setor de aviação civil. Companhias aéreas de todo o mundo, que já vinham acumulando prejuízos nos últimos anos, viram sua crise se agravar depois do ataque terrorista ao WTC e ao Pentágono no último dia 11 de setembro. Em consequência dos ataques, houve queda expressiva do número de reservas nos voos e aumento do preço dos prêmios pagos pelas companhias aéreas às seguradoras. Medidas de segurança adicionais também elevaram os custos das empresas.



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