Memória

Coluna sobre fatos históricos, acontecimentos e pessoas que marcaram a história da humanidade

Com brilho de Hortência e Paula, Brasil conquista mundial de Basquete

Esta foi a primeira e única conquista do Brasil na história da competição

Avalie a matéria:
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

No dia 12 de junho de 1994, tendo como palco o Sydney Entertainment Centre, em Sidney, na Austrália, o Brasil, com sua inesquecível equipe de Basquete Feminino, alcançava uma das maiores consagrações do seu esporte, coroando a garra, o brilho e a qualidade de Hortência, Paula, Janeth, Alessandra, Leila Sobral, e outras brilhantes jogadoras, comandadas pelo técnico Miguel Ângelo da Luz.

Hortência, Paula e Janeth foram os grandes nomes dessa memorável conquista, não só pelo desempenho na partida final, quando surpreendeu o mundo e derrotou a China por 96 a 87, sagrando-se, portanto campeã mundial, mas durante toda a trajetória desse grupo, cuja qualidade o Brasil jamais teve condições de repetir.

Esta foi a primeira e única conquista do Brasil na história da competição, coroando uma geração que tinha estrelas como as veteranas Hortência e Paula, à época com 35 e 32 anos, respectivamente, e jovens promissoras como Janeth, 25, e Alessandra, 20.

Sem estar entre as favoritas, as brasileiras chegaram ao Mundial tendo como grande feito a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Havana, em Cuba, três anos antes. Na Austrália, elas estrearam diante de Taipé Chinesa e venceram com facilidade, 112 a 83. Porém, a segunda partida teve uma derrota para a Eslováquia, por apenas um ponto (89 a 88), o que obrigou o time comandado por Miguel Ângelo da Luz a vencer a Polônia, no último jogo do Grupo C, para avançar de fase. Com 27 pontos da cestinha Hortência, o Brasil venceu por 87 a 77 e passou às quartas de final.

Pelo regulamento, a segunda fase foi dividida em dois grupos de quatro equipes, com os dois melhores se classificando para as semifinais. No primeiro jogo, uma grande vitória sobre Cuba (111 a 91), com um show de Janeth, autora de 38 pontos. Na sequência, uma derrota para a China, por 97 a 90. As chinesas tinham a gigante pivô Zheng Haixia, de 2,04m, que dexcou a quadra com 31 pontos e 14 rebotes. Dessa forma, os semifinalistas seriam definidos na última rodada, quando o Brasil enfrentou a campeã europeia Espanha, da ala-pivô Blanca Ares, que marcou 36 pontos. Porém, o trio Hortência, Janeth e Paula somou 66 e garantiu a vitória por 92 a 87.

O rival da semifinal era o mais temido de todos. Vencedora de três dos quatro últimos mundiais e vice-campeã em 1983, quando o Brasil organizou o torneio, a seleção dos Estados Unidos ostentava uma invencibilidade de 21 partidas no torneio. A última derrota havia sido exatamente na decisão de 1983, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, para a extinta União Soviética.

Mas mesmo diante de todo o poderio norte-americano, a seleção brasileira fez um excepcional confronto. Hortência anotou 32 pontos, Paula fez outros 29 e Janeth marcou mais 22. A grande atuação ainda teve 13 pontos e oito rebotes da ala-pivô Leila Sobral, de apenas 19 anos. Com um placar apertado de 110 a 107, o Brasil venceu e garantiu a inédita presença na final.

Vice-campeã olímpica, a China foi a adversária na disputa da medalha de ouro. A partida ainda foi uma revanche do confronto da segunda fase. Com cinco jogadoras marcando 10 ou mais pontos, Hortência (27), Janeth (20), Paula (17), Leila Sobral (14) e Alessandra (10), as brasileiras superaram a desvantagem em relação à gigante Zheng Haixia, que mesmo assim conseguiu um duplo-duplo de 27 pontos e 11 rebotes. No placar final, 96 a 87 para as novas campeãs mundiais.

Com o título mundial no currículo, o Brasil ainda disputou os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e garantiu uma inédita medalha de prata, em decisão diante dos Estados Unidos.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES