Memória

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Desabamento de shopping de luxo em Seul deixa 502 pessoas mortas

A tragédia no luxuoso estabelecimento ocorreu devido a uma série de erros cometidos pelos projetistas e empreiteiros que construíram o edifício

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Esta data entrou para a história como um dos momentos mais trágicos para a Coreia do Sul, pois foi em dia 29 de junho de 1995, que o luxuoso shopping center Sampoong, em Seul, capital do país, desabou e deixou mais de 500 pessoas mortas. Mais exatamente, 502 pessoas perderam a vida e centenas ficaram feridas.

Shopping desaba em área nobre de Seul 

A tragédia no luxuoso estabelecimento ocorreu devido a uma série de erros cometidos pelos projetistas e empreiteiros que construíram o edifício, além da criminosa negligência de seu proprietário.

Lee Joon ergueu o Sampoong no terreno de um antigo depósito de lixo em 1989. Estava originalmente projetado para cinco pavimentos, porém, em meio à construção, insistiu no acréscimo de um pavimento extra dotado inclusive de uma piscina. Diversos engenheiros que trabalhavam no projeto advertiram Joon que a sobrecarga era perigosa. Ao invés de levar em conta a advertência, resolveu demiti-los. Além do mais, o departamento de planejamento da municipalidade de Seul não foi comunicado da mudança e os inspetores de segurança do governo que monitoravam a construção foram corrompidos com propinas.

Os oficiais fizeram, assim, vistas grossas não somente à mudança do projeto, mas também ao fato de o empreendimento não utilizar barras de ferro em quantidade suficiente para sustentar a estrutura, que, além do mais, usava concreto de qualidade inferior. Tudo para economizar dinheiro. Doze inspetores foram mais tarde condenados por corrupção passiva.

Tragédia deixou mais de 500 pessoas mortas 

Em 1995, a loja de departamentos era um verdadeiro sucesso, com mais de 40 mil clientes passando por suas portas todos os dias. Em 27 de junho, foi registrado um vazamento de gás, contudo, Joon recusou-se a interditar o prédio. Dois dias depois, o teto do quinto pavimento exibia sinais de um iminente colapso. Entretanto, a única medida preventiva adotada foi a de remover as mercadorias mais caras. Permitiu-se também que alguns executivos deixassem o local mais cedo.

Por volta das seis horas da tarde de 29 de junho, centenas de pessoas faziam sua refeição na praça de alimentação situada no subsolo, quando toda a estrutura do edifício ruiu sobre suas cabeças. O teto do quinto andar desabou, provocando o consequente desabamento de todos os pavimentos abaixo. Focos de incêndio surgiram aqui e ali em toda a estrutura, alguns provocados pela gasolina dos carros estacionados nas garagens do estabelecimento. O fogo só foi completamente dominado alguns dias depois.

Os difíceis trabalhos de resgate prosseguiram por semanas e, milagrosamente, um sobrebvivente foi resgatado 16 dias após o colapso. A maioria das pessoas não teve a mesma sorte. Mais de 500 morreram e outros 900 sofreram graves ferimentos.

25 pessoas foram condenadas pelo desastre. Lee Joon, acusado de negligência criminosa, foi condenado a sete anos e meio de prisão.

Acidente ocorreu em 29 de junho de 1995 

COMO SE DEU A TRAGÉDIA

As 40 mil pessoas que visitavam a loja de departamentos Sampoong todos os dias estavam acostumadas a sentir as paredes vibrando. Em 29 de junho de 1995, o problema estava ainda mais evidente. Às 12h30, o ar-condicionado foi desligado – o gerente acreditava, com razão, que os 3 aparelhos, de 15 toneladas cada um, tinham uma parcela de culpa. Às 16h, uma reunião foi convocada para discutir o problema. As rachaduras nas paredes do 5o andar tinham aumentado 5 cm de largura desde a manhã. O engenheiro responsável pela manutenção pediu a evacuação imediata do local. Depois de consultar o proprietário, o gerente se recusou a fechar as portas. Não queria perder o dia de vendas.

Às 17h57, o teto veio abaixo e arrastou consigo o resto do prédio. Havia cerca de 1500 pessoas no local, entre clientes e funcionários (os executivos da empresa tinham ido embora logo depois da reunião). Depois de dois dias de busca, a prefeitura anunciou que não havia esperanças de encontrar sobreviventes. Mas eles estavam lá. Park Seung Hyun, de 19 anos, foi resgatada depois de 16 dias.

A investigação deixou claro que o desabamento era questão de tempo. “É surpreendente que o edifício tenha ficado em pé durante 5 anos, tantas eram as irregularidades do projeto”, diz o engenheiro coreano Jungsuck Huh, professor da Universidade de Ottawa, no Canadá.



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