Em 4 séculos seguidos, anos 20 são marcados por grandes tragédias

Esse ambiente de pânico e impotência, que hoje toma conta das pessoas em todo o mundo, por causa da pandemia do Coronavírus, já afetou a humanidade em algumas quadras da história, causando mortes, desemprego, destruição econômica e uma apavorante sensação de desproteção.

Coincidência ou não, nos séculos mais recentes, além dessa pandemia do Covid-19, correram três outras grandes catástrofes humanas, sempre tendo o ano 20 no meio.

GRANDE PRAGA DE MARSELLA

A primeira delas, das quais se extraem informações mais abundantes, refere-se à “Grande Praga de Marsella”, na França, que se desencadeou exatamente em 1720 e causou a morte, apenas nessa cidade, de 100 mil pessoas.

Em 25 de maio de 1720, o navio Grand Saint-Antoine atracou no porto da cidade. Um passageiro clandestino vindo da Síria, portando a bactéria de uma variante da peste negra, transmite a moléstia a outras pessoas a bordo. Operários encarregados de fazer a descarga do navio são contaminados e transmitem a doença a moradores da cidade. Em apenas dois meses, além dos 100 mil mortos em Marsella, são registradas 220 mil mortes em toda a região, de uma população, à época, de 400 mil pessoas.

PANDEMIA DE CÓLERA

Embora não tenha aparecido exatamente nesse ano, mas um pouco antes, em 1817, a primeira grande pandemia do Cólera atravessou todo o 1820, indo até 1823, espalhando desespero e morte ao longo de seis anos, quase 7 anos.

Os estudos indicam que a epidemia iniciou a partir do Vale do Rio Ganges, na Índia, e daí foi-se espalhando para outras regiões, países e continentes. No final de 1817,a cólera extravasou os limites do subcontinente indiano, em razão de manobras militares e de novas rotas de comércio estabelecidas pelos ingleses.

Quando começa a se alastrar por outras partes do planeta, a partir do final de  1817, a cólera se tornou a primeira pandemia do mundo moderno. Após invadir a Pérsia, os russos levaram a doença a Europa que, consequentemente, a expandiu para vários países da América.

Em 1820, somente na Ásia, são registradas 100 mil mortes decorrentes dessa pandemia.

PANDEMIA DA GRIPE ESPANHOLA

Da mesma forma que a pandemia do cólera não surgiu no ano 1820, a Gripe Espanhola não surgiu originalmente em 1920, mas, provavelmente,  por volta de Fevereiro de 1918, mas se alongou por três anos e sou foi terminar em Dezembro de 1920.

Vê-se, assim, que os anos 20, por vários séculos seguidos, têm sido marcados por grandes catástrofes humanos.

Responsável pela morte de algo superior a 50 milhões de pessoas no mundo, a gripe Espanhola chegou ao Brasil em Setembro de 1918, foi acelerando seu poder demolidor por todo o ano de 1919 e 1920.

No Brasil, fez ao menos 35 mil mortes. Na China, matou mais de 1 milhão e 800 mil pessoas; Nos EUA, 675 mil; No Japão, 390 mil; Na Alemanha, 400 mil; no Reino Unido, mais de 300 mil.

A taxa de mortalidade da Gripe Espanhola em torno do mundo, ficou em oito por cento.

Os relatos da época diziam: “nada, nem infecção, nem guerra, nem fome, matou tantos em tão pouco tempo”.