Memória

Coluna sobre fatos históricos, acontecimentos e pessoas que marcaram a história da humanidade

Ganhador do Nobel da Paz, Luther King seria morto 3 anos após

Ele tinha apenas 35 anos de idade quando recebeu o Nobel

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Em 14 de Outubro de 1964, Martin Luther King, a principal liderança do movimento negro não violento nos Estados Unidos, com ampla influência nos movimentos pelos direitos dos cidadãos e contra as desigualdades raciais e sociais em todo o mundo, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, concedido pela ONU, tornando-se, assim, a pessoa mais jovem a receber tão sonhada premiação. Ele tinha apenas 35 anos de idade quando recebeu o Nobel. Fazia-se, desta forma, o reconhecimento público mais significativo a essa figura que dedicou toda sua vida à luta em favor das causa da igualdade racial.

Martin Luther King nasceu para tornar-se um grande líder. Sua luta começou ainda na adolescência e foi-se fortificando a ponto de torná-lo conhecido, reconhecido, respeitado e requisitado por todos aqueles que sonhavam com o fim das desigualdades e das injustiças. Ao comandar a famosa marcha sobre Washington, por Trabalho e Liberdade, em agosto de 1963, que reuniu 250 mil pessoas vindas de todas as partes dos Estados Unidos, que clamavam por alterações nas leis e criação de npovas leis que assegurassem direitos aos negros norte-americanos excluídos desses benefícios e direitos.

Ficou famoso, nesse dia, o seu estupendo discurso, que passou a ser conhecido como I Have a Dream ( eu tenho um sonho), no qual exprssava: “Eu tenho um sonho: o de que, um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos senhores de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade.”

Isso se tornou um marco da luta pelos direitos dos negros. Pouco mais de um ano depois, Martin Luther King seria contemplado com o Prêmio Nobel da Paz. E irônicamente, vergonhasamente, pouco mais de três anos após ter recebido o Nobel da Paz, Luther King seria assassinado a sangue frio, por tiros disparados por arma de fogo, em 04 de Abril de 1968.

Martin Luther King teve a coragem, a visão e a primazia de dar sequência às diversas formas de luta pelas causas das transformações sociais e legais, que no passado consistiam no não cumprimento de leis e normas impostas à sociedade e que eram danosas ao povo negro, mas tudo sendo realizado de modo pacífico. Exemplo clássico disso foi o boicote à segregação racial que existia nos ônibus do transporte coletivo no Alabama, na década de 1950. Até aquele momento, brancos e negros não podiam usar os mesmos assentos dentro dos ônibus.

A pioneira nessa luta foi Rosa Parks que passou a não aceitar essa segregação. Logo em seguida, Luther King aderiu ao movimento. O boicote no transporte coletivo durou 382 dias, período em que Luther King ficou preso, tendo sua casa como alvo de bombas e sendo submetido a abusos pessoais. O resultado foi a decisão da Suprema Corte dos EUA, em 1956, de que a segregação racial em locais públicos nos EUA era ilegal. Era uma vitória do movimento negro na conquista de direitos civis.

Essa proposta de ação, pautada na não violência e na desobediência civil, contrastava com a de outros grupos da luta contra a opressão racial nos EUA, como os Panteras Negras e os muçulmanos negros liderados por Malcom X, que eram adeptos de ações de confrontos violentos contra o Estado.

Após o boicote de 382 dias, Martin Luther King tornou-se uma liderança nacional no movimento negro dos EUA. Em 1957, foi eleito presidente da Conferência dos Líderes Cristãos do Sul (Southern Christian Leadership Conference, SCLC). Luther King aliava em sua prática política ideais cristãos de igualdade com a tática da desobediência civil e da não violência de Gandhi.

Apoiou inúmeras greves e lutas estudantis entre 1957 e 1968. Chegou, nesse período, a rodar cerca de 6 milhões de milhas, proferindo inúmeros discursos. Foi preso mais de 20 vezes. Escreveu cinco livros e inúmeros artigos. As ações lideradas por Luther King resultaram ainda no direito de voto aos negros no Alabama. Protestos massivos foram realizados no Alabama e em Washington, onde cerca de 250 mil pessoas se manifestaram pacificamente, quando Luther King proferiu seu famoso discurso.

Toda essa ação política possibilitou a divulgação dos negros por direitos civis nos EUA para todo o mundo, inspirando movimentos similares em outros países. Porém, Martin Luther King angariou inúmeros inimigos ao longo de sua vida, exemplo de como o racismo estava (e ainda está) enraizado na sociedade estadunidense.

Em 1968, durante o apoio a uma greve dos trabalhadores da limpeza pública na cidade de Memphis, no Tennessee, Martin Luther foi assassinado quando estava na sacada de um motel. Apesar das vitórias alcançadas, o assassinato de Luther King demonstrou que havia ainda muito caminho a trilhar na luta pela igualdade social entre brancos e negros nos EUA e no mundo.

Foi assim que, em 4 de abril de 1968, o mundo perdia um sonhador. Cinco décadas depois, as palavras do famoso ativista continuam a inspirar defensores da igualdade de direitos, sobretudo entre brancos e negros.



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