Memória

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Grave acidente no aeroporto de Madrid deixa 153 pessoas mortas

Das 172 pessoas a bordo, 146 morrem imediatamente e outras oito morrem depois de ferimentos sofridos no acidente

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Grave acidente aéreo registrado em 20 de agosto de 2008,  com o voo Spanair 5022, de Madri, na Espanha, com destino para a Grã-Canária, saiu do solo momentaneamente, rolou para a direita, e impactou no chão do aeroporto de Barajas. Das 172 pessoas a bordo, 146 morrem imediatamente e outras oito morrem depois de ferimentos sofridos no acidente. O número de mortos se elevaria para 153, após os óbitos ocorridos entre os passageiros que firam hospitalizados. 

Goretti Álvarez preparava-se para embarcar para Las Palmas, a capital do arquipélago das Canárias, quando ouviu o que descreveria depois como "uma explosão demasiado perfeita", tão perfeita que ela achou que "só podia ser uma simulação".

Não era. Era "o mais parecido ao inferno que jamais vi na vida", diria o guarda civil José de los Ángeles, ao voltar do local onde caiu e praticamente se desintegrou um avião MD-82, que deveria fazer o voo JK 5022, da empresa aérea espanhola Spanair, entre o aeroporto madrileno de Barajas e a Las Palmas para onde iria Goretti. Iria, aliás, exatamente nesse voo, não fosse o fato de que a Ibéria cobrava 10 menos que a Spanair para o percurso e ela preferiu economizar esse dinheiro (equivalente a R$ 25). Acabou economizando a própria vida.

Das 172 pessoas a bordo, 146 morrem imediatamente e outras oito morrem depois de ferimentos sofridos no acidente - Foto: Reprodução

Das 172 pessoas a bordo (dez tripulantes e 164 passageiros, inclusive dois bebês, que sobreviveram), apenas 19 estavam internadas uma semana depois em hospitais de Madri, o que significa que os mortos são 153, cifra confirmada pelo governo espanhol.

A Cruz Vermelha previa "uma longa noite" trabalhando para resgatar os corpos no local da queda, nas imediações da pista 36, conhecida como "La Isla" (a ilha), por ser a mais remota do aeroporto de Barajas.

O voo JK 5022 estava atrasado cerca de uma hora, por "problemas técnicos", quando iniciou a decolagem às 14h45 (9h45 em Brasília), chegou a sair do solo, mas "comeu a pista, comeu a pista toda e, minha mãe do céu, notei uma bola de fogo e uma explosão. Caiu como uma folha de árvore", deporia Martha Natividad de las Rosas, testemunha da tragédia, a primeira que ocorre em Barajas em 25 anos.

Caiu em uma zona de difícil acesso junto a um riozinho.

Policiais, médicos e enfermeiros que estiveram no local da queda coincidiram em relatar que a traseira do avião estava totalmente separada do resto do aparelho, o que acabou sendo a salvação para os 19 sobreviventes (15 dos quais estavam ontem à noite em estado grave ou muito grave).

"Como o avião se partiu, muitas pessoas caíram no rio ou ao solo, e pudemos resgatá-las, evitando que se queimassem", depôs o bombeiro Miguel Ángel. O guarda civil De los Ángeles relata que, quando os grupos de socorro começaram a chegar, havia cadáveres "fervendo".

Fogo no motor

Embora não haja informação oficial sobre a causa do acidente, como é de praxe nesses casos, testemunhas dizem que o motor esquerdo pegou fogo. Mas só após a complexa investigação habitual descobrirá as causas do incêndio, se é que foi mesmo o motivo.

Das 172 pessoas a bordo (dez tripulantes e 164 passageiros, inclusive dois bebês, que sobreviveram), apenas 19 estavam internadas uma semana depois - Foto: Reprodução

Os "problemas técnicos" que levaram ao atraso na partida do voo não tinham relação alguma com um incêndio no motor, de acordo com a análise que o comandante Rafael Velón, piloto da Ibéria, fez para a cadeia radiofônica "Ser". Seria, na versão por ele ouvida entre os pilotos, um problema de indicação de temperatura.

Mesmo o fogo no motor não basta para explicar a queda. "O incêndio no motor por si só não leva a uma catástrofe como a que ocorreu", diz Felipe Laorden, do Colégio Oficial de Pilotos da Espanha.

De todo modo, a tripulação chegou a informar aos passageiros que poderia haver um atraso ainda maior, se fosse necessário trocar de avião, o que acabou não acontecendo. Para Laorden, no entanto, "ninguém em sã consciência levanta vôo sem estar absolutamente seguro de que não há problemas no aparelho".

O avião acidentado tinha 15 anos de idade, nove deles a serviço da Spanair e, de acordo com a companhia, passara pela revisão devida no dia 25 de janeiro deste ano -rigorosamente dentro dos prazos.

Os cadáveres estavam sendo levados para o Pavilhão 6 do Ifema ("Instituto Ferial Madrileño"), exatamente o mesmo pavilhão em que se improvisou um necrotério após os atentados terroristas contra os trens de Madri, há quatro anos e meio. Os mortos de então foram 191.



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